Partilha ingrata Ao menos
um ponto da delação de Sérgio Machado é confirmado por pessoas que viveram os
bastidores do PMDB em 2014. Ele diz que Michel Temer reassumiu o comando do
partido para arbitrar a distribuição de R$ 40 milhões encaminhados pelo PT,
depois de caciques da Câmara reclamarem que só senadores eram beneficiados.
Naquele ano, os deputados de fato ensaiaram uma rebelião por esse motivo.
Culpavam Valdir Raupp, então presidente, pela divisão desigual.
Detalhe Fora desde
2012, Temer retomou o posto na sigla em 16 de julho de 2014. À época, a Câmara
era presidida por Henrique Alves. Eduardo Cunha liderava a bancada.
Muita calma No relato
de peemedebistas à coluna, não há citação à JBS, mencionada pelo delator, nem
ao valor específico de R$ 40 milhões.
Quase uma mãe Os filhos
de Machado ganharam um presentão na colaboração do pai. Pelo acordo, mesmo que
não tenham declarado recursos no exterior, poderão fazê-lo agora,
independentemente do valor — e sem nenhuma punição aparente.
Que hora Quando
recebeu a informação de que estava na delação de Machado, Temer lamentou — além
das implicações óbvias — a inversão de expectativas: a terça estava programada
para ser dominada pela agenda positiva de sua primeira PEC.
Mil perdões Pelo menos
um emissário do Planalto passou pela casa de Cunha depois da decisão do
Conselho de Ética. Não conseguiu aliviar a sensação do peemedebista de ter sido
abandonado.
Pelos ares Apesar das
negativas de Cunha de que vá delatar, frequentadores da residência oficial usam
a expressão “crash político” para exemplificar o que pode acontecer caso seja
cassado.
Rehab Depois de
manter a equipe do governo intacta por duas semanas, auxiliares de Temer
sugerem instalar no Planalto uma placa com os dizeres: “Estamos há XX dias sem
demissões”.
Condição Antes
resistente à tese da nova eleição presidencial, a CUT já fala em analisar a
proposta de um plebiscito sobre o tema, feita por Dilma, desde que a consulta
também preveja pergunta sobre uma Constituinte exclusiva para a reforma
política.
Muda mais A própria
presidente afastada já sinalizou apoio à ideia de um “combo”. Ela tenta usar a
tese para convencer parte do Senado a aceitá-la de volta. No PT também começa a
ver a medida com bons olhos.
Milagre O MST,
porém, segue contra a ideia. “Nem Jesus Cristo salva o Brasil se o sistema
político não mudar”, diz um dirigente da CUT.
Olímpica A equipe
de Dilma fará um “intensivão” nas redes às vésperas da Olimpíada para
constranger Temer e mostrar o trabalho da petista na preparação dos Jogos.
Além-mar Nem mesmo a
saída de Nestor Cerveró da prisão, no dia 24, fará o filho do ex-diretor da
Petrobras voltar ao Brasil. Desde que gravou o ex-senador Delcídio do Amaral
propondo um plano de fuga para o pai, Bernardo vive na Inglaterra.
Jet lag Também não
está nos planos de Bernardo, segundo advogados da família, vir ao país para
depor no inquérito que investiga o vazamento da proposta de delação premiada de
Cerveró.
Liberou O Sebrae
lança na sexta, na região do ABC, nova linha de crédito para micro e pequenas
empresas. Serão R$ 5 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador para empresas
que mantenham as vagas abertas e que contratem um Jovem Aprendiz.
Visita à Folha Eliseu
Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Thatiana
Souza, assessora de comunicação social.
No PAINEL Folha de são paulo
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