O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedido de prisão do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá
(PMDB-RR) e do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).
O caso será analisado pelo
ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. A base para os
pedidos de prisão tem relação com as gravações feitas pelo
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas. As
conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de
corrupção da Petrobras.
Os pedidos de prisão foram
divulgados nesta terça-feira (7) pelo jornal "O Globo" e confirmado
pela Folha. No caso de Sarney, o pedido é de
prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
Janot também pediu ao STF o
afastamento de Renan da Presidência do Senado.
No diálogo gravado por Machado,
Jucá chegou a falar em um pacto que seria
para barrar a Lava Jato. Doze dias após a posse
dele no Ministério do Planejamento, a Folha revelou a gravação, e Jucá deixou o
cargo voltando ao Senado.
Outro diálogo revelou que Renan
chamou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de mau caráter e disse que
trabalhou para evitar a recondução dele para o comando do Ministério Público,
mas ficou isolado.
Em sua delação premiada, o ex-presidente
da Transpetro afirmou que pagou ao menos R$ 70 milhões desviados de
contratos da subsidiária da Petrobras para líderes do PMDB no Senado.
A maior parte da propina teria
sido entregue para o presidente do Senado, sendo R$ 30 milhões. Renan é
considerado o padrinho político de Machado e principal responsável por dar
sustentação a ele no cargo, que ocupou por mais de dez anos.
O ex-presidente apontou ainda aos
investigadores que Jucá e Sarney levaram do esquema R$ 20 milhões cada um. Não
há detalhes sobre como Machado teria feito esses repasses, que foram desviados
da empresa que é responsável pelo transporte de combustível no país.
A colaboração traria ainda
indicações de recursos para os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader
Barbalho (PMDB-PA).
A delação de Machado já foi
homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e a Procuradoria-Geral da
República avalia os depoimentos para as investigações. Os depoimentos indicaram
o caminho do dinheiro passado para os peemedebistas.
Entre as suspeitas está a de que
os peemedebistas teriam recebido parte da propina em forma de doações
eleitorais, para facilitar a vitória de um consórcio de empresas em uma
licitação para renovar a frota da Transpetro.
Diante das colocações do
ex-presidente da Transpetro, a expectativa é de que a Procuradoria ofereça as
primeiras denúncias contra os integrantes da cúpula do PMDB no Senado. Segundo
pessoas próximas às investigações, os depoimentos de Machado são um dos
melhores entre as delações fechadas, porque revela detalhes e não apenas
indicações ou referências do que teria ouvido sobre o esquema.
Machado fechou delação depois que
as investigações contra ele e sua famíliaavançaram.
Seus três filhos também colaboram com a Procuradoria. Machado teve seus sigilos
bancário e fiscal quebrados pelo juiz Sergio Moro.
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