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quinta-feira, 16 de junho de 2016

A toga mais falante do Brasil

togafalante
Como o ocupante da cadeira presidencial é dado a latinismos, bem se podia lembrar dos versos de Sêneca, em seu Medéia: “cui prodest scelus, is fecit“; quem se beneficia do crime é aquele que o cometeu.
Como quase ninguém na nossa imprensa, apesar da troca pública de pontapés entre Gilmar Mendes e Rodrigo Janot, na semana passada, o excelente José Roberto de Toledo faz, no  Estadão, a exegese do vazamento, para tentar  responder à pergunta da mitológica feiticeira:

Entende-se agora quão crucial foi a operação para vazar de dentro do Supremo Tribunal Federal os pedidos de prisão contra os caciques do PMDB e, assim, inviabilizar sua detenção. Se punisse Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney liminarmente, o Supremo estaria validando a delação de Sergio Machado não apenas contra o trio gravado e contra Eduardo Cunha, mas contra os mais de 20 políticos de quem o ex-presidente da Transpetro afirma ter atendido pedidos para pagamento de propina. Entre eles – soube-se ontem –, o presidente interino, Michel Temer.
Se o ministro Teori Zavascki cogitou atender a demanda do procurador Rodrigo Janot para prender algum dos três, essa hipótese evaporou assim que a história veio a público. Se não por outro motivo, porque os pedidos de busca e apreensão complementares às prisões se tornaram inócuos. Pode haver e há muito a buscar, mas não sobrou nada para apreender. Quem vazou fez um favor aos acusados. Certamente não foi o procurador. Tampouco Teori. Talvez tenha sido uma toga falante. Quem sabe?
Não é preciso dar muitos tratos à bola para saber quem é a toga mais falante do Brasil, não é?
Toledo raciocina, com razão, que o que não basta para condenar na Justiça, muitas vezes, basta para condenar perante a opinião pública.
E que o “listão”, de alguma forma, une a política em torno da frase de Jucá de que “é preciso estancar essa sangria”.
POR  · no Tijolaço


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