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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Machado relata propina a mais de 20 políticos de PMDB, PT, DEM e PSDB


Renata Mello/Transpetro
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e ex-aliado do PMDB
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e ex-aliado do PMDBPUBLICIDADE
Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado relatou ter repassado propina a mais de 20 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB.

O PMDB, fiador político de sua indicação à presidência da Transpetro, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões, de acordo com seus depoimentos.

Segundo ele, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, Machado solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro.


"Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", afirmou.

A lista de políticos entregue por Sérgio Machado inclui ferrenhos adversários do PT, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e o deputado Felipe Maia (DEM-RN).

Além deles, outros que o procuraram pedindo recursos foram, de acordo com sua delação, os caciques do PMDB Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), José Sarney (AP) e Jader Barbalho (PA), e também os parlamentares e ex-parlamentares Cândido Vaccarezza (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ), Edison Lobão (PMDB-MA), Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Walter Alves (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Machado também afirmou que o presidente interino, Michel Temer, negociou propina para a campanha do então correligionário Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

No caso de Renan, Jucá e Sarney, o ex-presidente da Transpetro relatou que eles receberam tanto por meio de doações oficiais como de dinheiro em espécie. Machado detalhou quais doações feitas a eles podem ser consideradas como propina.

Machado também relatou quais empresas aceitavam fazer pagamentos de propina referentes aos contratos com a Transpetro. Segundo ele, foram a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê.
"Quando chamava uma empresa para instruí-la a fazer doação oficial a político, ele sabia que isso não era lícito, que a empresa fazia doações em razão de seus contratos com a Transpetro", disse Sérgio Machado, em um de seus depoimentos.

OUTRO LADO
Os implicados na delação de Machado apressaram-se em negar o recebimento ilícito de verbas ou mesmo qualquer contato com o delator.

Os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB -MA) e o ex-presidente José Sarney, negaram, por meio de seu advogado, que tenham recebido recursos de Machado.
O senador Aécio Neves negou que tenha usado propinas para comprar apoio na Câmara. Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o único contato que teve com Machado foi quando foram senadores juntos.
Gabriel Chalita, hoje secretário municipal de Educação de São Paulo, negou conhecer ou ter contato com Machado.
O ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo), o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e os deputados Luiz Sérgio (PT-RJ) e Felipe Maia (DEM-RN) confirmaram ter recebido doações, mas afirmam que elas foram lícitas.
O ex-ministro das Comunicações no governo FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros negou ter participado da campanha de reeleição do ex-presidente.
O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou que Machado nunca arrecadou para suas campanhas e que nunca pediu que o o ex-presidente da Transpetro o fizesse. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) também disse nunca ter solicitado doações a Machado.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), já havia se manifestado sobre o caso, confirmando ter pedido "ajuda pessoal" a Sérgio Machado, mas negou que existam irregularidades em sua contabilidade eleitoral.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) ainda não respondeu ao pedido da reportagem.
Heráclito Fortes (PSB-PI) está em missão oficial no Panamá e disse que só irá se manifestar nesta quinta-feira (15), quando retornar ao país.
Procuradas, as empresas Galvão Engenharia, NM Engenharia, Estre Ambiental (que também responde pela Polidutos), Estaleiro Rio Tietê e Lumina Resíduos Industriais (Odebrecht Ambiental) não quiseram, por ora, se manifestar.
A Camargo Corrêa afirmou que "colabora com a Justiça por meio de um acordo de leniência". Já a Queiroz Galvão informou que "não comenta investigações em andamento".
A Essencis Soluções Ambientais não havia respondido até as 18h.

na FOLHA

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