Aquisição da Perez Companc, em 2002, rendeu R$ 354 milhões a integrantes
do governo tucano.
A delação premiada do
ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, traz detalhes sobre
esquemas de corrupção efetuados desde 2002, último ano do governo do tucano
Fernando Henrique Cardoso.
O valor mais alto em propinas é
refente à aquisição da argentina Pérez Companc pela Petrobras em 2002, um
negócio que rendeu US$ 100 milhões (R$ 354 milhões) em propina para integrantes
do governo FHC.
Editorial do JB de
sábado (4) destacava a sequência de escândalos que já sangraram os cofres
públicos do país ao longo da história, lembrando ainda recente declaração de
ministro recém-empossado:
Lava Jato, Proer, Banestado, anões do
orçamento, privatizações, mensalão... como disse um recém-ministro empossado:
"Melhorou ou piorou depois de todos esses anos?"
No total, Cerveró apontou o pagamento
de pelo menos R$ 564,1 milhões em propinas, envolvendo negócios da estatal e da
subsidiária BR Distribuidora, e apontou o nome de onze políticos como
beneficiários dos desvios, de acordo com informações obtidas pelo jornal O Globo.
O negócio efetuado no governo FHC
ajudou a render frutos anos depois, em 2007, ao lobista Fernando Antônio Falcão
Soares, conhecido como
Fernando Baiano, e a Cerveró.
O ex-diretor disse que o presidente
Nestor Kirchner teria pressionado para a Petrobras vender a Transener, que era
da Pérez Companc, em um negócio que resultou pelo menos US$ 300 mil a Cerveró,
US$ 300 mil a Fernando Baiano, e uma parte maior para a Argentina.
A compra da
refinaria de Pasadena também foi apontada. De acordo com Cerveró, o negócio
teria favorecido o ex-senador Delcídio Amaral, Fernando Baiano e o ex-diretor
de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, entre outros nomes que o
jornal carioca não quis apontar, em um valor de US$ 15 milhões.
A aquisição de sondas, por sua vez,
segundo o jornal, teria possibilitado pelo menos US$ 24 milhões em propina para
o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), o presidente afastado da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), o senador Jader Barbalho (PMDB) e Delcídio, entre
outros.
Cerveró colabora com a Justiça em
troca de redução de pena. Ele também falou de diversas propinas a Fernando
Collor em relação à BR Distribuidora, e de propina a campanhas de políticos --
o jornal carioca destacou Jaques Wagner entre os favorecidos.
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