"Realmente está em curso um verdadeiro golpe de Estado no Brasil,
formatado por meio de um processo de impeachment ilegítimo e ofensivo à
Constituição", diz a defesa da presidente Dilma Rousseff em ação de
deputados da oposição que pediam explicações sobre recentes declarações sobre o
"golpe"; a resposta, assinada pelo ex-advogado-geral da União, José
Eduardo Cardozo, afirma ainda que Dilma tem "convicção" do que afirma
e cita as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com
diversos políticos da cúpula do PMDB, que sugerem pacto para frear a Lava Jato;
"A intenção é, na verdade, afastar uma presidente da República, pelo
simples fato de ter cumprido a lei, ou seja, ter permitido que as investigações
contra a corrupção no país avançassem de forma autônoma e republicana"
247 - A presidente Dilma Rousseff
reafirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) estar em curso no país um
"golpe de Estado" no processo de impeachment.
"Realmente está em curso um verdadeiro golpe de Estado no Brasil,
formatado por meio de um processo de impeachment ilegítimo e ofensivo à
Constituição", disse a defesa da presidente em ação de deputados da
oposição que pediam explicações sobre recentes declarações sobre o
"golpe".
"Fica evidente de que todos os agentes públicos e privados que de
forma dolosa tenham atuado, de algum modo, para que esse processo de
impeachment tivesse andamento, indiscutivelmente, devem ser tidos do ponto de
vista histórico e político como coautores deste golpe de Estado em curso no
Brasil", escreveu.
Na interpelação, os deputados Julio Lopes (PP-RJ), Carlos Sampaio
(PSDB-SP), Pauderney Avelino (DEM-AM), Rubens Bueno (PP-PR), Antonio Imbassahy
(PSDB-BA) e Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) se baseavam na regra do Código
Penal que prevê que uma pessoa ofendida por calúnia, difamação ou injúria pode
ir à Justiça pedir explicações.
A resposta, assinada pelo ex-advogado-geral da União, José Eduardo
Cardozo, diz que Dilma tem "convicção" do que afirma e cita as
gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com diversos
políticos da cúpula do PMDB, reveladas nas últimas duas semanas, entre eles, o
ex-presidente José Sarney e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
"Estes diálogos, demonstraram cabalmente, que a verdadeira razão
deste processo de impeachment não é a aplicação de eventuais crimes de
responsabilidade a uma presidenta da República que eventualmente os tivesse
praticado. A intenção é, na verdade, afastar uma presidente da República, pelo
simples fato de ter cumprido a lei, ou seja, ter permitido que as investigações
contra a corrupção no país avançassem de forma autônoma e republicana."
A peça reafirma que Dilma não cometeu crimes de responsabilidade e, por
isso, o atual processo de impeachment seria ilegítimo. Cita ainda sua luta
contra a ditadura militar.
"Silenciar
diante desta interpelação seria negar uma vida e submeter-se a uma tentativa de
intimidação. Uma vida que resistiu à prisão e às torturas impostas durante o
período da ditadura militar, sem abdicar das suas crenças. Uma vida, de quem se
orgulha de ser mulher e de não se curvar diante de ameaças, de intimidações ou
de arbítrios, venham de onde vierem."
Postado no Brasil 247
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