O presidente mundial do Santander, Emilio Botín,
disse nesta terça-feira (29), no Rio, que uma pessoa foi demitida do banco por
causa do informe enviado a clientes de alta rendasugerindo que a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) tende a
piorar a economia. "A pessoa que foi demitida, foi demitida porque o banco
achou que deveria demitir porque fez alguma coisa ruim", disse, sem dar
maiores detalhes.
"O presidente Lula é um grande presidente e
muito meu amigo", acrescentou o espanhol, quando perguntado sobre o
assunto numa coletiva de imprensa.
No domingo, Botín já havia dito que um analista
"enviou o informe sem consultar quem deveria consultar" e um
executivo brasileiro do banco informou que todos os responsáveis pela
elaboração e pela aprovação do texto seriam demitidos após uma investigação
interna.
'Inadmissível'
Em entrevista nesta segunda (28), Dilma havia considerado o pedido de desculpas do Santander como "bastante protocolar" e afirmou que o episódio foi "lamentável" e "inadmissível para qualquer candidato". "Vou ter uma atitude bastante clara em relação ao banco", declarou.
Em entrevista nesta segunda (28), Dilma havia considerado o pedido de desculpas do Santander como "bastante protocolar" e afirmou que o episódio foi "lamentável" e "inadmissível para qualquer candidato". "Vou ter uma atitude bastante clara em relação ao banco", declarou.
Indagada se a decisão que pretende tomar é
processar o banco, a presidente não quis revelar.
Afirmou que não iria especular sobre eventuais
atitudes. "Sou presidenta e tenho que ter atitude que seja mais
prudente", disse. Ela afirmou que, antes de qualquer medida, pretende
conversar. "Conheço bastante bem o presidente do banco. Eu pretendo,
inclusive, conversar a respeito", declarou.
Segundo a presidente, é "inadmissível para
qualquer país aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante de
forma institucional. É inadmissível". Questionada se o Santander fez isso,
respondeu: "Fez. Isso é lamentável, inadmissível para qualquer candidato,
seja eu ou qualquer outro."
Informe
O caso veio a público na sexta-feira (25). Em extrato encaminhado neste mês aos clientes na categoria “Select”, segmento com renda mensal superior a R$ 10 mil, o banco afirma que, se Dilma melhorar nas pesquisas de intenção de voto, os juros tendem a subir, o câmbio a se desvalorizar e a bolsa a cair, revertendo parte das altas recentes.
O caso veio a público na sexta-feira (25). Em extrato encaminhado neste mês aos clientes na categoria “Select”, segmento com renda mensal superior a R$ 10 mil, o banco afirma que, se Dilma melhorar nas pesquisas de intenção de voto, os juros tendem a subir, o câmbio a se desvalorizar e a bolsa a cair, revertendo parte das altas recentes.
No mesmo dia, o Santander divulgou nota em que
pediu desculpas aos clientes e disse que texto "enviado a um segmento de
clientes, que representa apenas 0,18% de nossa base, em seu extrato mensal, e
repercutido por alguns meios da imprensa hoje, não reflete, de forma alguma, o
posicionamento da instituição"
Botín participou nesta terça do encerramento do III
Encontro Internacional de Reitores, promovido pelo Santander.
Vanessa Fajardo Do G1, no Rio