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quinta-feira, 19 de maio de 2016

José Attico: os caminhos de Temer & asseclas (1)


“Quando o processo histórico se interrompe... quando a necessidade se associa ao horror e a liberdade ao tédio, a hora é boa para se abrir um bar".


Pois é. Eu não pretendo abrir um bar, porque seria mais ou menos a mesma coisa do que mandar a raposa tomar conta do galinheiro.

O texto inicial é do poeta anglo-americano W. H. Auden e se aplica aos dias que se seguem ao golpe que levou ao poder Michel Temer, os asseclas de Eduardo Cunha, algumas personagens da Lava Jato e figurolas lamentáveis como Wellington Moreira Franco, por exemplo.


Moreira (lembra-se?) foi o governador do Estado do Rio que prometeu acabar com a violência em seis meses.

Depois descobriu-se que seu personal trainer – surpreendido algumas vezes brincando de sentar na cadeira do governador – era o principal artífice da onda de sequestros que assolava a cidade do Rio de Janeiro.

O personal trainer foi rapidamente morto pela polícia carioca e seu mentor passou alguns anos num doce ostracismo, até ser indicado pelo PMDB para o governo Dilma Rousseff.

Foi representante do PMDB na coordenação da campanha à presidência da República da chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB).
Depois foi nomeado, no início da gestão Dilma-Temer, para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).


Mais tarde tornou-se ministro-chefe da secretaria de Aviação civil da \presidência da República, ainda no governo Dilma Rousseff ainda no governo Dilma. 

O governo do golpe também incorporou às suas fileiras, Romero Jucá, ex-articulador do governo Dilma no Senado e investigado nas operações Lava Jato e Zelotes.

Outro ministro investigado é Henrique Eduardo Alves do Turismo.  Alves, que no governo Dilma ocupou a mesma pasta e saiu pela porta dos fundos, é suspeito de receber propina disfarçada de doações eleitorais de Léo Pinheiro, dono da empreiteira OAS.


Em ação, ajuizada em 2003 pelo Ministério Público Federal e aceita em 2013 pela 6ª Vara Federal do DF, Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil é apontado como o "lobista" que pagou um precatório de R$ 2,3 milhões à empresa três Irmãos Comércio, Importação e Exportação por meio de um acordo extrajudicial.

A falcatrua aconteceu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Padilha também tem seu nome nos anais da Lava Jato.



Se não bastasse, o deputado André Moura, líder do governo na Câmara, é um dos oito investigados, como "provável mandante", de uma tentativa de homicídio. Atualmente, a Polícia Federal realiza oitivas sobre o caso. 


Moura também é investigado na Lava Jato por participar da operação fraudulenta do banco Schahin, envolvido no arrendamento superfaturado de uma plataforma de petróleo. 


É possível que o grupo do presidente interino não se dê conta, mas abrigar criminosos no centro do poder vai, com certeza, dificultar as relações internacionais e o reconhecimento do novo governo.


Texto: José Attico

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