“Quando o processo histórico se interrompe... quando
a necessidade se associa ao horror e a liberdade ao tédio, a hora é boa para se
abrir um bar".
Pois é. Eu não pretendo abrir um bar, porque seria
mais ou menos a mesma coisa do que mandar a raposa tomar conta do galinheiro.
O texto inicial é do poeta anglo-americano W. H.
Auden e se aplica aos dias que se seguem ao golpe que levou ao poder Michel
Temer, os asseclas de Eduardo Cunha, algumas personagens da Lava Jato e
figurolas lamentáveis como Wellington Moreira Franco, por exemplo.
Moreira (lembra-se?) foi o governador do Estado do
Rio que prometeu acabar com a violência em seis meses.
Depois descobriu-se que seu personal trainer –
surpreendido algumas vezes brincando de sentar na cadeira do governador – era o
principal artífice da onda de sequestros que assolava a cidade do Rio de
Janeiro.
O personal trainer foi rapidamente morto pela polícia carioca e seu mentor passou alguns anos num doce ostracismo, até ser indicado pelo PMDB para o governo Dilma Rousseff.
O personal trainer foi rapidamente morto pela polícia carioca e seu mentor passou alguns anos num doce ostracismo, até ser indicado pelo PMDB para o governo Dilma Rousseff.
Foi representante do PMDB na coordenação da
campanha à presidência da República da chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer
(PMDB).
Depois foi nomeado, no início da gestão Dilma-Temer, para a Secretaria
de Assuntos Estratégicos (SAE).
Mais tarde tornou-se ministro-chefe da secretaria de Aviação civil da \presidência da República, ainda no governo Dilma Rousseff ainda no governo Dilma.
O governo do golpe também incorporou às suas
fileiras, Romero Jucá, ex-articulador
do governo Dilma no Senado e investigado nas operações Lava Jato e Zelotes.
Outro ministro
investigado é Henrique Eduardo Alves do Turismo. Alves, que no governo Dilma ocupou a mesma
pasta e saiu pela porta dos fundos, é suspeito de receber propina disfarçada de
doações eleitorais de Léo Pinheiro, dono da empreiteira OAS.
Em
ação, ajuizada em 2003 pelo Ministério Público Federal e aceita em 2013 pela 6ª
Vara Federal do DF, Eliseu
Padilha, chefe da Casa Civil é apontado como o "lobista"
que pagou um precatório de R$ 2,3 milhões à empresa três Irmãos Comércio,
Importação e Exportação por meio de um acordo extrajudicial.
A
falcatrua aconteceu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Padilha também
tem seu nome nos anais da Lava Jato.
Se não bastasse, o deputado André Moura, líder
do governo na Câmara, é um dos oito investigados, como "provável
mandante", de uma tentativa de homicídio. Atualmente, a Polícia Federal
realiza oitivas sobre o caso.
Moura também é investigado na Lava Jato por participar da operação fraudulenta do banco Schahin, envolvido no arrendamento superfaturado de uma plataforma de petróleo.
É
possível que o grupo do presidente interino não se dê conta, mas abrigar criminosos
no centro do poder vai, com certeza, dificultar as relações internacionais e o
reconhecimento do novo governo.
Texto:
José Attico
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