Pois
é. O interino Temer está enfrentando um mundo de dificuldades, nos seus
primeiros dias no Planalto.
A
maior delas, o silêncio obsequioso dos Estados Unidos, Europa e Brics, que até
agora – 12h31min de 19 de maio de 2016 - não reconheceram oficialmente o novo
governo brasileiro. Problemas a vista.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis
Almagro, ficou publicamente ao lado de Dilma, questionando diversas
vezes a base jurídica do impeachment.
Ontem, a Comissão de Direitos Humanos da OEA soltou um comunicado chamando de
"retrocesso" o gabinete formado pelo presidente interino, Michel
Temer, devido à ausência de mulheres e negros.
Internamente
a coisa também está complicada. As madames que bateram panelas para derrubar Dilma
Rousseff, não estão nem um pouco felizes com Eduardo Cunha e seus asseclas
dando as cartas em Brasília.
Cunha,
é bom lembrar, é membro de igrejas evangélicas nos subúrbios do Rio e cheira
muito mal para moradores de Ipanema, Leblon e Morumbi.
Os
coxinhas começam a ser empurrados para o lado negro da vida.
Temer
& Companhia implodiram o ministério da Cultura e deixaram sem pai nem mãe
os atores da Globo que apoiavam o Golpe.
O
pessoal que faz cinema protestou em Cannes.
Fernanda
Montenegro protestou no Rio.
Muitos
dos chamados intelectuais, até agora reclusos, aparecem e dizem que são contra
o golpe.
Pois
é. A parte do respeitável público que esperava um governo para chamar de seu, também
começa a se assustar com decisões logo desmentidas, desautorizações, idas e
vindas, trombadas e caneladas entre os componentes da turba golpista.
Assim,
depois de anunciar que poderia interferir na eleição do novo procurador-geral
de república, no próximo ano, o Ministro da Justiça foi chamado às falas, botou
o rabo entre as pernas e disse que o modelo atual é perfeito.
Serra,
o chanceler, admoestou autoridades de países sul americanos contrárias ao novo
governo.
Ninguém
deu a mínima. Pelo contrário, todo dia cresce o número de países que desaprovam
o golpe. E não querem papo.
No
Ministério da Saúde, o titular, Pedro Barros, abriu os trabalhos dizendo que o
SUS não pode ser pra todo mundo.
Voltou
atrás no mesmo dia. Disse que o SUS é perfeito e repetiu o mote de que é
preciso mudar a Previdência.
Henrique
Meireles, o fiador de Temer, também voltou atrás na ideia de recriar a CPMF e
aumentar a CIDE.
Mas
continua arregimentando inimigos entre coxinhas e empresários que não querem
ouvir falar em aumento de impostos.
Pois
é. A mesma velha classe média que entende ter chegado a hora da universidade
voltar ser uma prerrogativa sua e dos aeroportos deixarem de parecer
rodoviárias, está vendo as coisas fugirem de controle.
No
lugar dos mal cheirosos da Dilma entram os mal cheirosos do Cunha.
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