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quinta-feira, 19 de maio de 2016

José Attico: os caminhos de Temer & asseclas (2)


 Pois é. O interino Temer está enfrentando um mundo de dificuldades, nos seus primeiros dias no Planalto.

A maior delas, o silêncio obsequioso dos Estados Unidos, Europa e Brics, que até agora – 12h31min de 19 de maio de 2016 - não reconheceram oficialmente o novo governo brasileiro. Problemas a vista.


O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, ficou publicamente ao lado de Dilma, questionando diversas vezes a base jurídica do impeachment.

Ontem, a Comissão de Direitos Humanos da OEA soltou um comunicado chamando de "retrocesso" o gabinete formado pelo presidente interino, Michel Temer, devido à ausência de mulheres e negros. 

Internamente a coisa também está complicada. As madames que bateram panelas para derrubar Dilma Rousseff, não estão nem um pouco felizes com Eduardo Cunha e seus asseclas dando as cartas em Brasília.

Cunha, é bom lembrar, é membro de igrejas evangélicas nos subúrbios do Rio e cheira muito mal para moradores de Ipanema, Leblon e Morumbi.

Os coxinhas começam a ser empurrados para o lado negro da vida.

Temer & Companhia implodiram o ministério da Cultura e deixaram sem pai nem mãe os atores da Globo que apoiavam o Golpe.

O pessoal que faz cinema protestou em Cannes.

Fernanda Montenegro protestou no Rio.

Muitos dos chamados intelectuais, até agora reclusos, aparecem e dizem que são contra o golpe.

Pois é. A parte do respeitável público que esperava um governo para chamar de seu, também começa a se assustar com decisões logo desmentidas, desautorizações, idas e vindas, trombadas e caneladas entre os componentes da turba golpista.
 
Assim, depois de anunciar que poderia interferir na eleição do novo procurador-geral de república, no próximo ano, o Ministro da Justiça foi chamado às falas, botou o rabo entre as pernas e disse que o modelo atual é perfeito.

Serra, o chanceler, admoestou autoridades de países sul americanos contrárias ao novo governo.

Ninguém deu a mínima. Pelo contrário, todo dia cresce o número de países que desaprovam o golpe. E não querem papo.

No Ministério da Saúde, o titular, Pedro Barros, abriu os trabalhos dizendo que o SUS não pode ser pra todo mundo.

Voltou atrás no mesmo dia. Disse que o SUS é perfeito e repetiu o mote de que é preciso mudar a Previdência.

Henrique Meireles, o fiador de Temer, também voltou atrás na ideia de recriar a CPMF e aumentar a CIDE.

Mas continua arregimentando inimigos entre coxinhas e empresários que não querem ouvir falar em aumento de impostos.

Pois é. A mesma velha classe média que entende ter chegado a hora da universidade voltar ser uma prerrogativa sua e dos aeroportos deixarem de parecer rodoviárias, está vendo as coisas fugirem de controle.

No lugar dos mal cheirosos da Dilma entram os mal cheirosos do Cunha.




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