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terça-feira, 29 de julho de 2014

Presidente do Santander diz que texto contra Dilma resultou em demissão



O presidente mundial do Santander, Emilio Botín, disse nesta terça-feira (29), no Rio, que uma pessoa foi demitida do banco por causa do informe enviado a clientes de alta rendasugerindo que a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) tende a piorar a economia. "A pessoa que foi demitida, foi demitida porque o banco achou que deveria demitir porque fez alguma coisa ruim", disse, sem dar maiores detalhes.

"O presidente Lula é um grande presidente e muito meu amigo", acrescentou o espanhol, quando perguntado sobre o assunto numa coletiva de imprensa.

No domingo, Botín já havia dito que um analista "enviou o informe sem consultar quem deveria consultar" e um executivo brasileiro do banco informou que todos os responsáveis pela elaboração e pela aprovação do texto seriam demitidos após uma investigação interna.

'Inadmissível'
Em entrevista nesta segunda (28), Dilma havia considerado o pedido de desculpas do Santander como "bastante protocolar" e afirmou que o episódio foi "lamentável" e "inadmissível para qualquer candidato". "Vou ter uma atitude bastante clara em relação ao banco", declarou.

Indagada se a decisão que pretende tomar é processar o banco, a presidente não quis revelar.

Afirmou que não iria especular sobre eventuais atitudes. "Sou presidenta e tenho que ter atitude que seja mais prudente", disse. Ela afirmou que, antes de qualquer medida, pretende conversar. "Conheço bastante bem o presidente do banco. Eu pretendo, inclusive, conversar a respeito", declarou.

Segundo a presidente, é "inadmissível para qualquer país aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante de forma institucional. É inadmissível". Questionada se o Santander fez isso, respondeu: "Fez. Isso é lamentável, inadmissível para qualquer candidato, seja eu ou qualquer outro."

Informe
O caso veio a público na sexta-feira (25). Em extrato encaminhado neste mês aos clientes na categoria “Select”, segmento com renda mensal superior a R$ 10 mil, o banco afirma que, se Dilma melhorar nas pesquisas de intenção de voto, os juros tendem a subir, o câmbio a se desvalorizar e a bolsa a cair, revertendo parte das altas recentes.

No mesmo dia, o Santander divulgou nota em que pediu desculpas aos clientes e disse que texto "enviado a um segmento de clientes, que representa apenas 0,18% de nossa base, em seu extrato mensal, e repercutido por alguns meios da imprensa hoje, não reflete, de forma alguma, o posicionamento da instituição" 

Botín participou nesta terça do encerramento do III Encontro Internacional de Reitores, promovido pelo Santander.

Vanessa Fajardo  Do G1, no Rio



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