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domingo, 6 de julho de 2014

Copa: de completo desastre à êxito internacional

É possível que a postura da mídia corporativa esteja dando uma forte contribuição para mais dificuldades da candidatura de Aécio Neves do PSDB à presidência.

Senão, vejamos.

Durante os últimos seis meses fomos todos assaltados por notícias diárias, em TVs, jornais, revistas, emissoras de rádio, de que a Copa no Brasil seria um definitivo desastre.

Os estádios não ficariam prontos, com sérios riscos para quem neles adentrasse para ver os jogos.

Os aeroportos não suportariam o número de turistas que viriam para a Copa e vai por aí.

A infraestrutura de transportes tornaria impossível chegar aos locais de jogos.

E a segurança pública seria incapaz de conter as gigantescas manifestações das ruas durante o evento.

Pois é, as coisas ficaram complicadas para a mídia corporativa que esperava lucrar com o caos.

E com isso dar um empurrãozinho na candidatura de Aécio Neves, seu preferido nas eleições de outubro.

Não deu.

Ceticismo e má vontade da mídia local foram largamente rebatidos por TVs, e jornais que mandaram suas correspondentes cobrir a Copa do Mundo no Brasil.

Os aeroportos funcionam sem problemas, ninguém teve dificuldades com transportes para os estádios e as manifestações de rua estão limitadas a gatos pingados, decepcionados com a baixa adesão de companheiros que preferem ficar em casa para ver os jogos.

As brigas nos estádios ou fora deles praticamente não aconteceram até agora e as chamadas ocorrências policiais mais importantes - pelo menos até hoje, dia cinco de julho - envolveram gangues de cambistas talvez envolvidos com funcionários da FIFA.

Pois é. O que faz a mídia conservadora agora, diante desse quadro desolador para seus objetivos na eleição de outubro?

De cara esconde num site só para tabletes, O Folha 10, a pesquisa Datafolha que mostra Dilma Rousseff subindo 4 pontos na corrida presidencial. Vamos ao texto da pauta quase esquecida. Ou quase escondida.

A "Folha 10" desta semana destaca a pesquisa Datafolha, que mostra melhora no humor do brasileiro e crescimento de Dilma Rousseff nas intenções de voto após o início da Copa.

A pesquisa, finalizada na quarta-feira (2), revela que a proporção de eleitores favoráveis à Copa no Brasil subiu de 51% para 63% em um mês. O orgulho com a realização do Mundial saltou de 45% para 60%.

Já as intenções de voto em Dilma avançaram de 34% para 38%, e a aprovação do governo variou positivamente, de 33% para 35%.

Claro que os números de Aécio Neves ficaram esquecidos no Folha 10.

Outra pauta quase esquecida durante a Copa foi a tentativa de ligar a tragédia de Belo Horizonte aos projetos inacabados do governo federal para a Copa.

Deu em nada.

O próprio prefeito Maurício Lacerda, do PSB de Eduardo Campos foi à televisão dizer que a prefeitura da cidade era a única responsável pela obra que nada tinha a ver com a Copa.

Então a questão é: como reagirá o respeitável público diante de um desastre previsto pela mídia que não aconteceu?

O governo Dilma Rousseff ganhará mais alguns pontos como já mostra o Datafolha? A credibilidade da mídia será a mesma a partir de agora?

E a Copa?

O Brasil parece ir aos trancos e barrancos e para o jogo mais difícil - pelo menos em tese - até agora vai sem Neymar e Tiago Silva.

Não é pra desesperar.

Em 62 ficou sem Pelé, incontestavelmente o melhor jogador de futebol de todos os tempos, e Amarildo, um reserva que não tinha esperanças de entrar em campo, fez dois gols que ajudaram nas vitórias.

Ora direis, mas lá estava em campo o fantástico Garrincha que marcou gol de cabeça e de pé esquerdo, foi expulso de campo, mas voltou no jogo porque o respeitável público assim o exigiu e a Fifa concordou.

É verdade, mas Agora a Copa é no Brasil e nenhuma das seleções que vão às semifinais mostrou um futebol maravilhoso, imbatível e coisa e tal.

E mesmo alguns imbatíveis como o próprio Brasil de 1950, a Hungria de 54 e a Holanda de 74 depois acabaram vices.

E mais, o futebol é aquele esporte que produz coisas como a saída - já na primeira fase - de seleções como a Espanha e a Inglaterra e leva a Costa Rica a ser eliminada nos pênaltis pela favoritíssima Holanda.


E nessa Copa, convenhamos, ninguém até agora tomou a si o brilho capaz de ofuscar ao limite os olhos das multidões de fanáticos.

Texto: José Attico

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