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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Perdemos em campo, ganhamos fora: cinco razões para não se arrepender da Copa brasileira

Há um ano, esperança de salvar a Copa estava no time, mas lado positivo do evento foi a organização
O pesadelo foi anunciado por meses: a Copa seria uma bagunça, os estádios prontos em cima da hora, vergonhosos, os aeroportos inviáveis. Depois da Copa das Confederações, havia um consenso: a chance de o Brasil fazer a “Copa das Copas” estava no time que havia demolido a Espanha por 3 a 0 no Maracanã, em junho de 2013.
E não é que foi exatamente o contrário?

Na terça-feira mais triste do futebol brasileiro, o 8 de julho do Mineiratzen que jamais esqueceremos, a Seleção afundou a níveis imprevisíveis. Foi suspiro de alívio geral quando o Brasil passou do Chile nos pênaltis – evitou-se o vexame de cair nas oitavas em casa. Mas o time achou um formato inédito de fiasco ao levar 7 a 1 da Alemanha.
Enquanto isso, o Mundial desorganizado e que levava a Fifa à loucura ficara na imaginação. 
Os aeroportos tiveram sua alta lotação, mas não fizeram ninguém perder jogos. Os estádios ficaram prontos em cima da hora, mas com qualidade digna de Copa. Outras tragédias anunciadas – violência de barrabravas, turistas passados para trás, cidades vazias à Banheiro do Papa – não aconteceram.
O Brasil perdeu no gramado do Mineirão, mas, mesmo a quatro dias do final da Copa, ganhou fora de campo. Confira cinco pontos que podem fazer brasileiros de cabeça inchada com a derrota terem a satisfação de dever cumprido.
RECEPÇÃO
Receber bem não é apenas sorrir, e os brasileiros mostraram que, apesar do pouco preparo formal, estão prontos para o sonhado aumento no turismo pós-Copa. Porto Alegre, uma cidade longe demais das capitais turísticas, mostrou que pode estar desacostumada a receber estrangeiros, mas tem talento. Durante a Copa, valorizou produtos turísticos como o futebol e a vida noturna com soluções criativas, como o Caminho do Gol.

ORGANIZAÇÃO COM FLEXIBILIDADE
Sim, não estou brincando: a Copa brasileira foi organizada. Não tanto antes de começar – até a véspera da abertura via-se voluntários conhecendo os estádios, por exemplo –, mas depois que as partidas se iniciaram, quase tudo funcionou com tranquilidade. E uma vantagem: os rígidos padrões da Fifa ganharam umas pitadas brasileiras para resolver problemas de última hora nos estádios e setores de imprensa.

SEGURANÇA
Nunca se viu tanta polícia nas 12 cidades-sede como nos dias de Copa. Foi passageiro, infelizmente, mas eficaz: poucas ocorrências sérias de violência foram registradas, apagando da mídia e torcida estrangeira um dos grandes temores pré-Mundial, a criminalidade.

HONESTIDADE
Havia o temor de que os preços subiriam incontrolavelmente, que as corridas de táxi custariam 10 vezes mais, que o custo de vida se tornaria um custo-turista para os moradores das cidades. Não foi o que aconteceu. Em Porto Alegre, não houve inflação significativa por conta do Mundial.

CLIMA DE COPA
Sem deixar de criticar a organização do evento e os gastos excessivos, a população brasileira abraçou a Copa. Separou o evento esportivo do clima de tensão pré-Mundial e lotou fan fests, promoveu uma integração inédita com visitantes, celebrou o futebol. Como disse Simon Kuper, do Financial Times, vai ser difícil fazer uma Copa sem brasileiros daqui para a frente.

09/07/2014
 Zero Hora


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