Visite Também

Visite também o Conexão Serrana.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O fim da Fifa

Países como Itália, Inglaterra e Espanha já perderam todos os pudores e incluem, ou estão prestes a considerar, as receitas produzidas pela prostituição, tráfico, ações mafiosas e contrabando no seu Produto Interno Bruto. 

No Reino Unido, estima-se que o total do dinheiro marginal signifique um crescimento de 37 bilhões de reais no PIB. 

Imagine se fosse aqui para usar apenas um verbo tão a gosto do complexo de vira-latas de grande parte de nossa mídia e iludidos formadores de opinião. 

 Mas nem ingleses, italianos e espanhóis têm primazia neste esdrúxulo procedimento. 

Mesmo sem contabilizar oficialmente as receitas criminosas no seu PIB, de alguma forma é a Suíça, no continente europeu, a primeira nação onde o dinheiro escuso flui como moeda obtida dentro da legalidade. 

Além de parte de seus bancos historicamente cobrirem de sigilo contas bancárias de originadas no submundo, está em Zurique a sede da Federação Internacional de Futebol. 

A Copa do Mundo no Brasil serviu para mostrar que o país tem capacidade de realizar grandes eventos e promover uma alegre e organizada Babel dos tempos modernos ao receber com carinho e conforto nas ruas, aeroportos e hotéis milhares e milhares de estrangeiros. 

Mas o evento contribuiu para muito mais do que a demonstração ao mundo de uma admirável festa esportiva. 

Foi aqui, depois de quatro Copas, que a polícia do Rio de Janeiro e o Ministério Público desfecharam um golpe duríssimo na quadrilha internacional que vendia ingressos desviados da própria Fifa. 

Fato que, por si só, escancara a competência de agentes policiais brasileiros e que deve agora transferir o sentimento de viralatice para as forças de segurança da França, Coréia/Japão, Alemanha e África do Sul, sedes dos últimos mundiais, onde a bandalheira também correu mais solta do que a bola. 

A polícia do Rio pilhou o bando e levou às cordas os maiorais da Fifa, entre eles seu presidente Sepp Blatter. 

Afinal é um homem chamado Phillippe um dos mentores de todo o esquema fraudulento, como diz o especializado jornalista inglês Andrew Jennings. 

 E quem é Phillippe? Simplesmente sobrinho de Blatter e sócio da empresa Match, vendedora exclusiva de todos os três milhões de ingressos no Brasil. 

As ligações entre a Fifa e a Match são tão intestinas que esta última, recentemente, recebeu da instituição dirigida por Blatter um empréstimo de 10 milhões de dólares para dar andamento ao processo de negociação dos ingressos. 

E quanto de juros a Fifa cobrou? Zero, isso mesmo, zero. 

E qual era a data do pagamento destes 10 milhões? Janeiro de 2015, quando o butim estivesse encerrado. 

Blatter mostra indignação. Quem acredita nela é capaz de acreditar em tudo. Ele é o manda-chuva da entidade que preside, desde 2001, mas já dava as cartas em 1998, como secretário-geral. 

A Copa chega ao seu final com todos os méritos para o Brasil fora de campo e humilhação no gramado. 

Exatamente de maneira inversa das apostas feitas pela imprensa: sucesso em campo e fracasso fora dele. 

Mas o grande legado que o Brasil deixa ao mundo em especial a americanos e ingleses, que jamais nutriram confiança em Blatter e seus malfeitores, é o desbaratamento desta quadrilha que expõe a todos os continentes que o chamado padrão Fifa não passa de um miasma. E como fede.

Nenhum comentário:

Postar um comentário