“Os jornais genéricos
não escrevem para a sociedade, mas para um pequeno conjunto de investidores, de
renda mais alta.”
A observação de Luciano
Martins Costa, sobre os desatinos do jornalões foi publicada hoje,
segunda-feira 28 de julho, no site Observatório da Imprensa.
O comentário serve
para corroborar a inutilidade de coisas como o informe que o banco Santander mandou
a seus clientes na semana passada.
O banco usou o
envio de talões de cheque, ao pessoal mais abastado para avisar que, caso Dilma
Rousseff se estabilize ou volte a subir nas sondagens para as eleições de
outubro, o cenário macroeconômico poderia se deteriorar.
Com
câmbio desvalorizado, juros mais elevados e o índice Ibovespa em baixa.
O candidato do PSDB,
Aécio Neves, aproveitou o embalo e afirmou que, abre aspas “Infelizmente,
para o Brasil de hoje, quanto mais provável, eventualmente, estiver a reeleição
da presidente, os indicadores econômicos serão piores”fecha aspas.
O informe do
Santander deixou em pânico os frequentadores de butecos do Oiapoque ao Chui.
Pinguços de várias matizes
ameaçam tomar todas caso a bolsa de valores despenque como prevê o banco
espanhol.
E se não despencar
vão pedir mais algumas rodadas que ninguém é de ferro.
Funkeiros, forrozeiros,
sambistas, pagodeiros e roqueiros de todas as estirpes, vão parar a música para
um minuto de reflexão sobre as consequências da desvalorização do câmbio.
Torcidas
organizadas de clubes Brasil afora estão marcando às pressas reuniões para
saber o que fazer nas arquibancadas diante da alta de juros prevista pelo banco.
Pois é. O Santander
passa por um momento não muito brilhante em sua sede, a Espanha.
O país é uma das vítimas
da disseminação pela Europa da crise dos chamados subprimes, gerada nos Estados
Unidos e que se espalhou via bancos pelas economias mais vulneráveis do velho
continente.
A crise é de 2008,
mas até agora a Espanha não encontrou uma fórmula de debelar os altíssimos
índices de desemprego entre outras tantas mazelas que afetam a economia do
país.
É mais provável que
os acionistas do banco lucrem bem mais na aposta brasileira.
O Santander percebeu
a mancada e pediu desculpas logo depois, mas são desculpas desnecessárias.
Afinal os donos de
contas abastadas, já detestam Dilma Rousseff e não precisam da ajuda do banco para
votar no candidato neoliberal Aécio Neves.
E quando aos executivos
que bolaram o texto de aviso aos milhardários?
Já devem ter tomado
o caminho de volta à península ibérica para um merecido repouso no pós-demissão.
Texto de José
Attico para o vídeo do mesmo título exibido no blog Conexão Serrana
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