As
denúncias contra o ex-governador mineiro, atual senador e presidenciável do PSDB, Aécio Neves, ganharam mais alguns dias de espaço
na mídia corporativa.
Aécio
- segundo a Folha de São Paulo publicou na edição de domingo, dia 20 - mandou
construir com verbas públicas um aeroporto na fazenda de seu tio avô Múcio Guimarães
Tolentino, na cidade de Cláudio, Minas Gerais.
Na segunda-feira,
21, surgiram detalhes interessantes.
Segundo
o blog O Cafezinho, o Aécioporto custou aos cofres mineiros 17 milhões e 900 mil reais, a preços atualizados.
O abre aspas aeroporto, fecha aspas, consiste quase que exclusivamente,
numa pista de 30 metros de largura com 1 km de extensão.
Não tem instalações para embarque e desembarque de passageiros e nem galpões
para carga.
No Ceará, o aeroporto comercial de Aracati, voltado para o turismo, com
capacidade para atender Boeings 737 em até 1200 vôos por ano custou 19 milhões
em valores de 2012.
Tem pista de 2200 metros de extensão capaz de suportar aeronaves
pesadas.
Tem área de taxiamento e pátio de estacionamento de aeronaves.
Tem instalações completas para uso de passageiros e alojamento para a
rapaziada do Corpo de Bombeiros.
E custou 19 milhões de reais contra os 17 milhões e 900 mil reais do
Aécioporto.
Segundo o site do jornal Estado de São Paulo, na sua edição de ontem, 22
de julho, a empreiteira que construiu o aeroporto da cidade de Cláudio fez
doações de campanha para Aécio e seu afilhado político Antônio Anastasia.
Segundo a coluna de Elio Gaspari no site do Estadão de hoje,
quarta-feira 23, o Aécioporto fica a apenas 36 quilômetros do aeroporto de
Divinópolis, um dos mais utilizados no interior de Minas Gerais.
O colunista, um incansável crítico de Dilma e do PT, diz que as
explicações de Aécio não decolam.
Em um longo relato publicado em seu perfil do Facebook, logo depois da
denúncia da Folha, Aécio afirmou que a área em que o aeroporto foi construído “é
pertencente ao Estado, não havendo portanto investimento público em área
privada”.
Para o candidato: “de forma incompreensível, o ex-proprietário da área -
seu tio avô Múcio Guimarães Tolentino -
é tratado como dono do terreno”.
Mas a entrada no Aécioporto é controlada pelos filhos de Tolentino, que
mantém em seu poder as chaves do cadeado que da acesso a pista.
Tolentino, aliás, briga na Justiça mineira para receber mais um milhão
de reais do que o estipulado pelo governo de Minas, a título de indenização,
pela área desapropriada de sua fazenda.
A ação ainda percorre os trâmites judiciais, mas como é coisa demorada, o
aeroporto foi construído assim mesmo.
Ainda, segundo Aécio Neves em seu facebook, não houve a construção de um novo aeroporto, mas
"melhorias realizadas em pista de pouso que existia há mais de 20 anos no
local”.
Devem ter sido grandes melhorias, porque custaram quase a mesma coisa do
que o aeroporto para pouso de Boeings 737 em Aracati.
Pois é.Em nota à
imprensa o Ministério Público de Minas Gerais disse que vai abrir inquérito
civil para examinar a construção do aeroporto.
Mas há um mistério no
ar.
Quem
teria interesse de atingir em cheio e tão duramente a campanha de Aécio Neves?
A
Folha e o Estadão querem trocar o pneu com o carro em movimento?
Ou melhor, querem trocar o mineiro Aécio, pelo
paulista José Serra com a campanha já iniciada?
Como este blog já previu, é claro que nada vai ser
investigado e se, por acaso um membro ranheta do Ministério Público resolver
incomodar a família Neves, será devidamente defenestrado.
Se, contudo isso não acontecer, o Supremo Tribunal
Federal, certamente inocentará Aécio Neves, aceitando um argumento tipo o
presidenciável nem imaginou que beneficiaria sua família quando destinou verbas
para a construção do estratégico aeroporto, que será a redenção da economia do
estado de Minas Gerais.
Bom,
nos próximos dias talvez seja possível descobrir que motivações estão por trás
das denúncias.
Ou
não?
Texto
de José Attico para o vídeo de mesmo título no blog Conexão Serrana
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