Li há coisa de três anos, dois livros do Doutor em História pela Universidade de Oxford Yuval Noah Harari. Primeiro o badaladíssimo Sapiens - quando comprei estava na trigésima oitava edição no Brasil – e mais tarde o menos conhecido Homo Deus, um livro transformador. Pelo menos na minha visão.
Acho muito
bom quando consigo encontrar, aprofundadas e atualizadas, ideias que estão numa
espécie de rascunho da mente. Da minha mente. E também quando encontro
ferramentas para aferição da realidade histórica como “Ordens Imaginadas”, por
exemplo. O capitalismo, segundo Harari, é uma “Ordem Imaginada”. O cristianismo
também.
No caso de
Sapiens pude rever, muito aprofundados, claro, conceitos de antropologia que um
dia visitei em aulas na Universidade do Brasil, hoje UERJ.
Bom, deixei
a Faculdade de Ciências Sociais em 68, depois do Ato Institucional número 5 e a
cassação de todos os professores que a ditadura tinha como inimigos. Mas isso
já é outra história.
Voltando ao
antropólogo Harari, sua previsão de que a partir do século 21 não iam acontecer
mais guerras pelo mundo, sofreu sérios abalos com os acontecimentos na Ucrânia
e na Faixa de Gaza.
Segundo
Harari não existiriam mais motivações para lutas por “Insumos Essenciais”, ou
assemelhados, e nem se justificariam disputas por território.
Infelizmente
estava errado. Talvez tenha subestimado o conceito de “expansão territorial necessária”
ou coisa parecida, no caso de Israel, que mesmo sem o pretexto agora oferecido
pelo Hamas, desde sempre avança sobre os territórios palestinos. Com o prestimoso
apoio dos Estados Unidos.
No caso da
Ucrânia, Harari talvez tenha minimizado o cerco da OTAN, Organização do Tratado
do Atlântico Norte, ao território russo, ainda pouco explorado em sua área
siberiana. E podendo conter, quem sabe? Uma quantidade de Insumos Essenciais, (o
conceito é meu, acho) cobiçados pelo Ocidente.
Harari acha
que Insumos Essenciais não são tão importantes no mundo de hoje em que a
tecnologia e o conhecimento é que definem o poder nas sociedades de humanos.
Como não é possível sequestrar os talentos do Vale no Silício a guerra não seria
uma possibilidade. Estava errado.
Na Ucrânia
estão descartadas as surradas teses tipo "segurança europeia” ou “existência
de armas de destruição em massa” pretextos então usados para tornar propriedade
de empresas norte-americanas o petróleo do Iraque e da Líbia, por exemplo.
Mesmo assim
países que antes faziam parte do Pacto de Varsóvia vão sendo convertidos ao
cerco do território russo que Estados Unidos e Europa promovem
Harari
talvez tenha antecipado um salto no tempo que, parece, não virá tão cedo.
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