Foi há muito tempo – mas esse é um blog que não se furta de escrever sobre o passado. (Até mesmo o “não se furta” já desapareceu, faz muitos anos, dos textos cotidianos).
Então foi há
muito tempo, quando não havia TV por assinatura e a telinha era em preto e
branco. Um programa exibido à tarde - claro que não me lembro o canal - desbravava para o respeitável público algumas
das peculiaridades da cidade de Roma.
Uma câmera
colocada da janela de um prédio mostrava uma carruagem passando por uma rua do
centro. O cavalo, no exato momento da gravação, resolveu depositar no asfalto
uma razoável quantidade de fertilizante natural, acrescentando um novo detalhe
ao que o ator Marcelo Mastroianni - o convidado de produção - acabara de lamentar:
a bagunça e a sujeira nas ruas da cidade.
Mastroianni
também estava escalado para responder perguntas via satélite e então chegou à
vez do maestro Tom Jobim.
Jobim já
tinha cantado com Frank Sinatra num programa da TV americana, era conhecido por
muita gente mundo afora e ficou à vontade para perguntar como o ator “conseguia
fazer aquele olhar, aquele charme que enlouquecia a mulherada”.
Mastroianni
que talvez esperasse uma pergunta séria, sobre seus filmes, suas atuações, seu
trabalho com os grandes diretores do cinema italiano, não ficou nem um pouco
feliz com a pergunta.
Respondeu
simplesmente: Tchau Tom Jobim!
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