Nos tempos de repórter na Editoria de Polícia do Globo, terminada a apuração da matéria num subúrbio distante, eu sempre recorria a um botequim próximo. Bebia conhaque Presidente, um ou dois, e meu desempenho nas teclas da Remington não era afetado. Nunca foi.
Depois de
algum tempo alguns dos motoristas do carro de reportagem (uma Rural Willys) até
indicavam os melhores botequins onde parar para um trago no caminho de volta
para a redação. Essa rapaziada conhecia cada rua, cada viela, cada atalho na
cidade do Rio de Janeiro, numa época em que não existia GPS, claro. Corria o
ano de 1966.
Os
fotógrafos que trabalhavam, no horário entre sete e meia noite, às vezes me
faziam companhia no conhaque. Na verdade só raramente, talvez temerosos do denunciante
cheiro de álcool.
O editor da
página de Polícia, Adriano Barbosa, ficava meio que na bronca quando, eu e
Alvarenga descíamos, furtivos, para um trago num botequim da Rua de Santana,
ali pertinho.
Voltávamos rápido. Eu para continuar a busca pelo telefone de outras possíveis matérias policais no Rio e Baixada: homicídios, desastres, prisões; ele para continuar o trabalho de copy desk dos últimos textos que, àquela hora da noite, já estavam a caminho das páginas da edição do dia seguinte.
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