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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O que você não vai ler. Nem ver na TV


O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido hoje (terça-feira, 26) pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, no palácio do Eliseu. Lula foi recebido com honras semelhantes às dedicadas a chefes de Estado em exercício. A reunião entre ele e Sarkozy durou 45 minutos.


Na saída, os dois não fizeram comentários sobre o encontro.Sarkozy convidou o brasileiro a abrir um encontro entre ONGs e instituições educativas sobre o tema do desenvolvimento.


Lula está na capital francesa para receber, amanhã, o título de doutor honoris causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), uma das mais respeitadas instituições da França. Lula será a primeira personalidade latino-americana a receber o título desde a criação da instituição, em 1871.

Ainda na quarta, Lula segue viagem em direção à Polônia, onde vai receber o prêmio Lech Walesa em reconhecimento ao seu apoio “à liberdade, à democracia e à cooperação internacional”. Na quinta-feira, a turnê se encerra em Londres, onde ele dará duas palestras.

Infelizmente a censura protagonizada pelas três ou quatros famílias que dominam a mídia brasileira vai impedir que boa parte da população tenha acesso a essas informações.

Aliás, os adversários das administrações Lula e Dilma deveriam recomendar a seus leitores e telespectadores é que, por favor, evitem a leitura de jornais e revistas sérias publicadas nos Estados Unidos e Europa. Os tablóides de escândalos estão liberados.

Nesse capítulo é bom lembrar que, mesmo as publicações que tem horror à política externa independente do Brasil, inaugurada durante a era Lula, tratam o ex-presidente como um adversário de peso e respeito.

Podem abominar a atitude do governo petista, que prega a aceitação dos palestinos como estado independente, mas sabem que as pressões contrárias de senadores, de embaixadores, do Departamento de Estado e da Casa Branca sobre o palácio do Planalto estão longe de funcionar nos dias de hoje.

Sabem também que a posição brasileira muda o voto de muitos outros membros da organização - principalmente na América Latina - que não gostariam de ficar em posição desconfortável diante do poder de coação de americanos, ingleses, alemães & assemelhados.

A presença de Dilma Rousseff na abertura da assembléia da ONU e as repercussões de seu discurso, foram minimizados pela mídia caipira. Mas os aplausos à primeira mulher a abrir os trabalhos são notícia no mundo inteiro.

Lula que já recebeu uma profusão de títulos mundo afora vai continuar a ser motivo de chacota de uma classe média conservadora que, aliás, nem sabe o que significa a expressão “doutor honoris causa”, mas toca o bonde assim mesmo.

Os “jornalistas” que ganham razoavelmente bem para repercutir a voz dos donos sabem o que é ser doutor honoris causa, mas acham melhor que seus leitores não se aprofundem em assuntos complicados.

Afinal ganham para isso.

Texto: José Attico

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