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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mídia Ressabiada


A mídia está ressabiada com a repercussão da presença de Dilma Roussef na abertura da 66ª Assembléia da ONU. Faz um esforço danado para minimizar o fato de que a presidente do Brasil é a primeira mulher a discursar na abertura dos trabalhos, evento comemorado por mulheres do mundo inteiro e destaque obrigatório na mídia internacional.


Dilma foi capa de jornais e revistas pelo mundo, inclusive a Newsweek, e é considerada uma das três mulheres mais poderosas do planeta por organizações que medem a influência de chefes de estado e gente que é capaz de produzir mudanças sociais mundo afora.

Matérias de menor importância foram para o topo das páginas num dia em que as manchetes sobre a crise na Europa não passam de mera repetição do dia anterior.

Dilma marcou a posição brasileira pela criação de um estado palestino, mas os jornais e TVs brasileiros destacaram a afirmativa, responsável sem dúvida, de que o Brasil não está imune à crise.

Sua fala foi imediatamente retrucada por um assustado (as pesquisas de opinião sobre sua popularidade descem a ladeira) Barak Obama que parece ter perdido o controle do barco e não apita nada em matéria de política externa.

Que está, inteiramente, nas mãos conservadores de Hillary Clinton. Obama avisou que vai vetar o ingresso da Palestina na ONU, mas o que se pergunta é até quando os Estados Unidos serão os proprietários da Organização.

Os jornais de São Paulo, Folha (família Frias) e Estadão (família Mesquita) nem se preocupam mais com o jornalismo como conhecido até as primeiras décadas do século passado. Não precisam. Em Sampa a queda vertiginosa da venda nas bancas é compensada pelo auxílio do governo do Estado.

Geraldo Alckmin, como seu antecessor José Serra, gasta o dinheiro do contribuinte na compra de milhares de assinaturas - para escolas, repartições públicas & assemelhados - o que deixa os dois jornais à vontade para produzir um noticiário às vezes inócuo, mas atendendo às necessidades do que é chamado de “oposição” no Brasil.

O Globo (família Marinho) está isolado na classe média carioca, mas os irmãos que agora dirigem as empresas do grupo estão muito mais voltados para as TVS abertas e por assinatura.

No primeiro caso o Big Brother Brasil – a audiência diminui a cada versão, é verdade - ainda é um importante recurso de caixa contra eventuais tormentas financeiras.

As linhas de shows e novelas, carros chefes das organizações, são uma segurança que pode permitir um jornalismo de baixa qualidade que, aliás, caracteriza O GLOBO desde o seu nascimento.

Ao fim e ao cabo as coisas não mudam. Parte do respeitável público mal informado pelos jornais tradicionais não quer mesmo saber de novidades desagradáveis. Os que sabem da importância da informação para o seu dia-a-dia cada vez mais recorrem à internet, para onde vão também os aduladores da tecnologia e os que querem apenas passar o tempo conversando. 

Texto: José Attico

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