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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

11 de setembro


Os americanos homenagearam, ontem, seus mortos do 11 de setembro. Um imenso programa mundial de TV foi montado em torno da derrubada das torres gêmeas pela Al Qaeda.


No Brasil as TVs por assinatura – que pertencem a grupos americanos e ingleses – passaram o dia mostrando documentários e reportagens sobre o assunto. No final os mortos foram homenageados com um show que encerrou o evento.

 
Os americanos gostam de dizer que esse é o maior ato terrorista da história. Não é. O maior é de autoria deles mesmos e matou 200.000 civis japoneses em Hiroshima e Nagasaki.

Por mais que se repitam, através dos anos, que os dois atentados no final da Segunda Guerra Mundial tenham sido “legítimos atos de combate”, ou coisa parecida, a realidade é muito outra.

Se assim fosse as bombas atômicas teriam que ser atiradas sobre as tropas japonesas que ainda lutavam em ilhas do Pacífico. Ou sobre o que restava de sua frota naval. Quando muito sobre áreas de grande produção industrial. Os americanos destruíram duas cidades em que viviam pessoas indefesas que nada tinham a ver com o militarismo japonês.

O ato terrorista deu certo; o Japão se rendeu em seguida, o que deu aos americanos um mote usado até pouco tempo: as bombas evitaram a perda de um maior número de vidas humanas. De americanos, claro.

A derrota do nazismo e do militarismo japonês trouxe prestígio aos Estados Unidos que emergiram como senhores do planeta, tornando coadjuvantes as economias mais importantes da velha Europa: a própria Alemanha derrotada, França, Reino Unido, Itália e outras de menor porte. Do outro lado do mundo o Japão teve, claro, que se subordinar ao poderio americano.

Na ocasião ficaram fora dessa extensa área de dominação os países soviéticos, dando início ao período que os historiadores chamam de Guerra Fria.

Os anos (e não foram muito) passaram-se. O chamado socialismo real virou pó no final da década de 80 e até o início do século 21 e apesar da derrota no Vietnam (um capítulo que os americanos gostariam de ter esquecido rapidamente) os Estados Unidos reinaram absolutos.

Nesse período poucas foram as vozes que se levantaram para repudiar os atos terroristas contra duas cidades japonesas. Os acontecimentos conforme empulhados pelos americanos chegam até hoje - sem a eficácia do passado, é bem verdade – aos bancos escolares.
 
Mas as coisas começam a mudar e talvez por esse motivo tenham sido tão badaladas, para os americanos e o mundo, as homenagens aos mortos do 11 de setembro de dez anos atrás.

Mais o estranho é que ao invés de exibições de força e vingança as homenagens do 11 de setembro de 2011 estejam passando uma sensação de resignação e até fragilidade. É bem verdade que foi a primeira vez que os Estados Unidos foram atacados em seu território. Daí o trauma.

O mito da invulnerabilidade e da infalibilidade das agências de defesa no país caiu com um peso tão grande quanto nos anos 70 a apressada fuga - vista pela TV - dos soldados americanos no Vietnam.

Em 2001 o inimigo estava em casa e mesmo que os custos da luta contra o terrorismo tenham subido a níveis estratosféricos, a queda das torres gêmeas ainda preocupa corações e mentes dos americanos.

As mudanças na economia global (que certamente trarão mudanças políticas) e a presença de novos atores no cenário internacional estão reduzindo a sensação de hegemonia dos Estados Unidos no mundo.

Em pouco tempo a China será a maior economia do planeta e países com Índia, Brasil, Russia, África do Sul & outros menos votados terão suas economias em pé de igualdade com a americana.


O que vaí acontecer nas próximas décadas é difícil saber. 

Texto: José Attico

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