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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

BC baixa juros e desagrada mídia


Os chamados analistas ficaram irritados com a decisão do Banco Central que resolveu baixar, em 0,5%, a taxa Selic, balizadora dos juros bancários cobrados no país. A rapaziada esperava, quando muito, uma queda de 0,25%. Como quaisquer decisões tomadas nas administrações petistas são habitualmente contestadas pela mídia, a argumentação de quem está criticando a medida não deve ser levada muito a sério.



Dizem os críticos acomodados nas redações - acostumados a adiantar o que deputados e senadores da oposição devem dizer na tribuna - que o BC foi suscetível à pressões da presidente Dilma Rousseff e do ministério da Fazenda. É possível. Mas é possível também que Alexandre Tombini seja menos conservador que Henrique Meireles seu antecessor no cargo.

O argumento do BC é que a crise internacional em curso vai reduzir as pressões sobre a inflação brasileira. Ou seja, o preço dos produtos importados deve perder força diante das dificuldades dos países que exportam seus produtos para o Brasil.

De qualquer modo a redução dos juros é sempre saudada por empresários e centrais sindicais e execrada pelos bancos. Os primeiros porque a expectativa é de dinheiro mais barato - e em conseqüência mais empregos - para o setor produtivo. A banca porque vê a possibilidade de redução de seus lucros. É do jogo.

Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e outros menos votados, é claro, não vão reduzir significativamente as taxas cobradas e, lógico, não haverá mudanças radicais no crédito ao consumidor. Para o governo a queda da Selic significa uma redução no rolamento da divida com o sistema bancário.

É difícil, mesmo para os mais economistas mais espertinhos, prever quais serão as conseqüências da atitude do Banco Central. As variáveis em jogo são muitas, uma delas o risco de rápida deterioração da economia européia – o que corroboraria o acerto na política do BC.

Mas também é possível que, com o aumento do crédito, cresçam pressões inflacionárias na economia. Produtos a preços mais palatáveis para uma população que vê sua renda aumentar continuamente, podem detonar uma explosão de preços.

Nas próximas horas, e nos próximos dias, haverá uma enxurrada de críticas ao Banco Central - os editores de jornais e TVs sabem escolher a dedo quem deve opinar sobre o assunto. Algumas vozes dissonantes também deverão se pronunciar, apoiando Alexandre Tombini e o pessoal do Copom.

É bom lembrar que a mídia faz, sempre, questão de exibir “imparcialidade”. Uma “imparcialidade” que só produz efeito em segmentos de leitores de O Globo, Veja, Estadão, Folha de São Paulo e outros ainda menos vendidos nas bancas.

Texto: José Attico

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