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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Teresópolis: a primeira candidatura pra valer



Dilma deu uma "maozinha" na campanha
O deputado Nilton Salomão lançou sua candidatura a prefeito de Teresópolis. Tradicionalmente políticos com experiência costumam negar, antecipadamente, que vão participar de eleições.

Mas as coisas parecem estar mudando.  A participação da sociedade organizada, através das redes sociais, no movimento que derrubou o prefeito Jorge Mario é um indício. Em 2012 é possível que novos elementos entrem na disputa pela prefeitura.


Salomão, Petto, Tricano e outros candidatos mais ou menos conhecidos, que deverão se lançar nos próximos meses, já estão no imaginário de uma parte da população.

Muita gente em Teresópolis esperava que o nome de Nestor Vidal aparecesse na urna eletrônica, mas o ex-diretor administrativo do Hospital das Clínicas optou por Magé.

E se deu bem: é o atual prefeito da cidade vizinha. Como conhece o meio e seus antecessores fizeram gestões tão patéticas quanto o ex-prefeito de Teresópolis, Nestor Vidal tem tudo para conseguir um segundo mandato em 2012.

Foi, com certeza, um alívio para as pretensões das candidaturas locais. Vidal teve em torno de 51.000 votos para deputado, quase um terço deles em Teresópolis. O bom desempenho era uma credencial, mas esse capítulo está encerrado.

A novidade nessa eleição pode ficar por conta do lançamento de nomes desconhecidos na política local. Há movimentos nas associações de classe dos comerciantes locais que, inclusive, já fizeram pesquisas sérias analisando a receptividade dessas possíveis candidaturas.

Um nome desconhecido, sem passagens por cargos públicos ou já testados em eleições, pode até ser uma boa idéia se associado a uma nova postura do eleitor.

Nesse caso, a campanha teria que utilizar maciçamente a internet e contar com o apoio de ONGs & assemelhados de Teresópolis. Não é difícil conseguir o voto de uma população mais jovem ansiosa por mudanças e abertura de espaço, principalmente depois do episódio que resultou na queda do prefeito eleito.

Mas é bom os protagonistas do "novo na política" não descartarem nem o poder econômico de alguns candidatos nem a permanência dos cacoetes de sempre, tipo compra de votos pura e simples, o peso de cabos eleitorais muito ativos e o tradicional toma lá da cá envolvendo apoios explícitos de políticos de tradição na cidade.

Nesse item a ideologia ou assemelhados desce rapidamente com a descarga do banheiro, substituído pelos interesses imediatistas, que ninguém é de ferro.

Também não pode ser subestimado o poder das igrejas. Muitos cristãos de vários matizes são tão radicais quanto muçulmanos xiitas e votam fechado com seus pastores.

Numa entrevista  a uma agência local de notícias o Pe. Nivaldo, apenas algumas semanas antes de seu falecimento, falava da dificuldade dos católicos frente a uma concorrência evangélica que abria franquias (o padre não usou a palavra franquia) no alto dos morros e assim se aproximava de populações carentes. Que votam, é bom não esquecer.

O deputado Nilton Salomão quebra a “regra”, lançando sua candidatura mais de um ano antes da eleição. Salomão deve estar apostando no “novo”, na mudança de atitude de uma população que passou pela maior tragédia de sua história, pelo doloroso processo da saída de um prefeito pela porta dos fundos e a prematura morte de seu substituto legal.

É possível que acerte.

Texto: José Attico

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