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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Kassab X Alckmin


No episódio das acusações de corrupção que atingem a família da mulher do governador Geraldo Alckmin, texto postado ontem aqui no site, não há qualquer referência a uma provável participação, nos bastidores, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.


A matéria que deu origem ao comentário foi publicada na Folha de São Paulo.


A prefeitura afirma que a empresa dos parentes de Lu Alckmin - Wall Street Empreendimentos e Participações - falsificou documentos para pagar um valor menor de taxas cobradas para autorizar a construção de prédios.

A taxa em questão é a outorga onerosa, dispositivo que permite a construção de imóveis acima do limite previsto, mediante pagamento à prefeitura.

O texto do Blog omitiu a provável participação de Kassab porque o interesse do escriba era na postura um pouco surpreendente da Folha de São Paulo.

A matéria, inclusive, abrigava outro texto, publicado segunda-feira no mesmo jornal, mostrando que os grandes bancos usam de expedientes fraudulentos para sonegar impostos.

É significativo na medida em que bancos são grandes anunciantes e, claro, não gostam muito de aparecer na mídia como sonegadores.


A presença do dedo de Gilberto Kassab nas acusações à família de Geraldo Alckmin, no entanto, não deve ser minimizada.

O prefeito de São Paulo está registrando um partido que é alvo de tiroteio de parte da mídia, mas o PSD não difere, em nada, de dezenas de outras agremiações do gênero já devidamente estabelecidas.
Segundo o próprio Kassab, o PSD não tem ideologia, e não é contra nem a favor, muito pelo contrário.

Na verdade, o prefeito da maior cidade do país está montando uma sigla para abrigar políticos com mandato que, em determinado momento e por circunstâncias especialíssimas, se viram nas hostes da oposição.
E isso é tudo o que não queriam. Em sua maioria, esses sócios do Clube do Baixo Clero, para quem governo e mídia não dão a mínima, estão absolutamente desconfortáveis e cumprindo seus mandatos a pão e água.

E o máximo que conseguem é pegar carona em alguma emenda de colegas com maior prestígio. Isso quando os interesses coincidem.

Mas verbas, por exemplo, para aquela ponte que melhora a vida dos moradores de sua base eleitoral, ficam mais próximas se o deputado puder, sem maiores problemas, aderir ao governo nas votações.

É bom lembrar que, para seus fiéis eleitores - boa parte desatenta a detalhes dessa natureza - a mudança para um partido novo não tem a menor importância. E bola pra frente.

O novo partido de Gilberto Kassab está pronto a negociar com o governo e, dependendo do número de deputados aderentes pode aumentar o respaldo a Dilma Rousseff.

É provável que o prefeito de São Paulo, que está enfrentando pequenos problemas para registrar o PSD, deva estar mesmo por trás das denúncias contra a família de Alckmin.

TEXTO: josé Attico

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