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quinta-feira, 9 de abril de 2015

Por R$ 217 bi, Shell compra BG Group e se coloca como 'principal parceira da Petrobras'


empresa de petróleo holandesa Royal Dutch Shell fechou acordo para adquirir a britânica BG Group por 64,2 bilhões de euros (R$ 217,7 bilhões). A maior fusão do ano fará com que a Shell tenha acesso às operações multibilionárias da BG no Brasil, leste da África, Austrália, Cazaquistão e Egito.  Essa é a maior operação de compra no setor em 10 anos. Segundo o presidente-executivo da marca norte-americana, Ben van Beurden, a união fará com que as empresas tenham "dois portfólios muito fortes que se combinam globalmente em águas profundas e no sistema de gás".

Com a aquisição da britânica BG, a Shell será a principal sócia da Petrobras na exploração e no desenvolvimento dos campos do pré-sal, maior foco de investimentos da companhia brasileira. A BG já é a mais importante sócia da Petrobras, com participação minoritária em cinco áreas do pré-sal na bacia de Santos (Lula, Iracema, Sapinhoá, Iara e Lapa). Segundo o professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Luciano Losekann, "a Shell ganha espaço de atuação no pré-sal, e sua entrada é positiva para o Brasil, já que o país ganha relevância para os investimentos da empresa. Certamente vai trazer impactos positivos a longo prazo na evolução dos projetos com a Petrobras". 
Segundo cálculos do mercado, a britânica BG vale US$ 46 bilhões (R$ 142,1 bilhões) e a Shell tem valor de mercado em US$ 202 bilhões (R$ 624,1 bilhões). A maior empresa do setor, a Exxon, é avaliada em US$ 360 bilhões (R$ 1,1 trilhão). Na análise de Losekann, o valor de mercado que a BG conquistou se dá muito por conta das parcerias com a Petrobras, e a entrada da empresa anglo-holandesa irá trazer "folêgo e vigor" na atuação do pré-sal. 
De acordo com a Shell, a aquisição ampliará suas reservas de petróleo e gás natural em 25%, aumentando a produção em 20% e acelerando também a estratégia de crescimento da empresa.
Os acionistas da BG Group receberão uma parte do valor em dinheiro e outra em ações da Shell, o equivalente a 19% do grupo formado pelas duas companhias.
A Shell avalia que o acordo vai melhorar a posição da companhia no Brasil como detentora de reservas e investidora. A produção no país deverá passar dos 52 mil barris de óleo por dia em 2014 para um 550 mil no final da década.
Unidas, Shell e BG terão um papel importante também para a estatal Petrobras. "O grupo combinado será o principal parceiro ao lado da Petrobras trabalhando para garantir as melhores práticas e que o aprendizado seja aplicado pelo grupo para o desenvolvimento da atividade em águas profundas no Brasil nas próximas décadas", diz o comunicado.
Em 2013, a Shell entrou no campo de Libra. "Essa experiência com Libra, junto com seus cem anos de história no Brasil, dão à Shell um alto grau de confiança na lucratividade e no potencial de crescimento que podem ser liberados pela combinação das capacidades, portfólio e relacionamentos da empresa com a posição competitiva da BC em águas profundas no local", diz a companhia em comunicado.
Luciano Losekann acredita que as investigações da Operação Lava Jato não foram um obstáculo para a negociação. Segundo o economista, "as investigações podem ter tido alguma relevância, mas a fusão internacional é um movimento maior do que o que está acontecendo apenas no Brasil, há outros fatores mais importantes", disse. Para ele, a oportunidade de ter como parceira a Petrobras, maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, é um dos fatores que influenciaram.

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