País sobe oito
posições em ranking de 158 nações. Suíça ocupa a primeira posição da lista
RIO— O Brasil tem fama de ser um lugar alegre, mas será que essa imagem
corresponde à realidade? De acordo com o “Informe Mundial sobre a Felicidade
2015”, o país aparece em 16º lugar numa lista de 158 nações. Na comparação com
a última edição do levantamento, em 2013, o Brasil galgou oito posições.
Suíça, Islândia, Dinamarca, Noruega, Canadá, Finlândia, Holanda, Suécia,
Nova Zelândia e Austrália dominam o top 10. Ou seja, os pequenos e médios
países no oeste da Europa ocupam sete das dez primeiras posições.
Ambos em guerra atualmente, Afeganistão e Síria se uniram aos oito
países subsaarianos da África - Togo, Burundi, Benim, Ruanda, Burkina Faso,
Costa do Marfim, Guiné e Chade - no grupo dos 10 países menos felizes do mundo.
Apesar do conflito vivido pelo Iraque, o país aparece em 112º, à frente
de África do Sul, Índia, Quênia e Bulgária.
Realizado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável,
órgão ligado à ONU, o estudo se baseia em dados da pesquisa Gallup mundial,
levando em conta variáveis como PIB per capita, a expectativa de vida saudável,
o fato de ter alguém em quem confiar, a percepção de liberdade para tomar
decisões, nível corrupção e generosidade.
"Este documento mostra como o bem-estar social pode ser
alcançado", disse Jeffrey Sachs, diretor do Earth Institute da
Universidade de Columbia de Nova York. "Não é apenas uma questão
econômica, mas também de justiça, honestidade, confiança e boa saúde".
Segundo a pesquisa, o Brasil está à frente de diversas economias mais
desenvolvidas, como Reino Unido (21º), França (26º) e Alemanha (29º), e apenas
uma posição atrás dos EUA. Na América Latina, o país está entre os três mais
felizes, atrás de Costa Rica (12º) e México (14º). A vizinha Argentina ficou
com a 30ª colocação.
"Cada vez mais a felicidade é considerada um indicador adequado de
progresso social e um objetivo da política pública. Um número crescente de
governos locais e nacionais estão usando dados e pesquisas sobre ‘felicidade’
em sua busca por políticas que permitam que as pessoas tenham uma vida
melhor", diz o estudo.
O líder do estudo em nome das Nações Unidas, Jeffrey Sachs, da
Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, afirmou em uma coletiva de
imprensa em Nova York nesta quinta-feira que o top 13 países foram os mesmos
que no relatório do ano passado, apesar de sua ordem ter mudado.
Ele acrescentou, ainda, que a "fórmula vencedora" se dava pela
riqueza relativa combinada com fortes redes de apoio social e de sistemas
relativamente responsáveis do governo.
"Os países abaixo desse grupo superior estão aquém seja em renda ou
em apoio social, ou em ambos", disse.
De acordo com o pesquisador, o relatório será amplamente distribuído nas
Nações Unidas. Com isso, ele espera que ele seja lido com atenção por parte dos
governos em todo o mundo:
"Queremos que isso tenha um impacto, para colocá-lo na prática
quando falamos sobre as deliberações do desenvolvimento sustentável, porque
achamos que isso realmente importa".
Brasil
sobe oito posições em ranking global de felicidade
Ranking considera PIB per capita, expectativa de vida e outros
fatores
O país mais feliz do mundo, segundo a pesquisa, é a Suíça, seguida por Islândia, Dinamarca, Noruega e Canadá.
Já o país mais triste é Ruanda, que sofreu com um genocídio nos anos 1990. A Síria, assolada por uma guerra civil, também está entre os menos felizes, assim como Togo, Burundi e Benin.
Ranking de Felicidade 2012 - 2014
1 - Suíça
2 - Islândia
3 - Dinamarca
4 - Noruega
5 - Canadá
...
16 - Brasil
17 - Luxemburgo
18 - Irlanda
19 - Bélgica
20 - Emirados Árabes Unidos
Fonte: World Happiness Report 2015
O índice considerou 158 países com base em dados do
instituto de pesquisa Gallup.
O ranking é baseado no quanto as pessoas se consideram felizes,
mas ele estima também o quanto dessa felicidade se deve a variáveis como PIB
per capita, expectativa de vida, níveis de corrupção e liberdades individuais.
Contaram a favor do Brasil a expectativa de vida e o apoio
social (que significa ter com quem contar em situações problemáticas).
O Brasil havia ficado em 24º lugar na última edição do ranking,
em 2013. Os pesquisadores afirmam que os brasileiros dizem se sentir mais
felizes atualmente, mas que a melhora na posição do país não se deve a nenhuma
grande alteração em outros fatores.
O objetivo do ranking é influenciar em políticas públicas.
"Cada vez mais a felicidade é considerada uma medida
adequada de progresso social e um objetivo da política pública", diz o
relatório.
"Um número cada vez maior de governos nacionais e locais
estão usando dados sobre felicidade na busca por políticas que possam permitir
que as pessoas tenham uma vida melhor".
O SDSN é composto por integrantes do meio acadêmico, de governos
e do setor privado. O primeiro relatório foi lançado em 2012.
FOLHA/REUTERS
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