Pois é, tem uma
rapaziada que está nas ruas armando um bulício de bom tamanho contra a Copa do
Mundo no Brasil, que começa agora no próximo dia 12.
É válido, lúcido e
inserido no contexto, diria, um militante da praia de Ipanema no final do anos
60.
Bom, em primeiro
lugar é necessário considerar que, embora politicamente corretíssimos, os
bravos batalhadores do “Não Vai Ter Copa”, são minoria absoluta.
A maioria dos
brasileiros está feliz com o evento e apoia, sem maiores restrições, a Copa do Mundo
em gramados tupiniquins.
Depois, como diria
um literato russo do século 19, “o que está feito, está feito”.
E pelo menos as
torcidas vão poder frequentar estádios muito melhores e mais confortáveis do
que os existentes até agora.
Em algumas cidades
haverá um melhor acesso aos campos e outras modernizações que ficarão pelos
próximos anos.
É claro que o
dinheiro público emprestado a empreiteiras, municípios e estados poderia ter
destino melhor, até porque não há certeza absoluta de que voltará aos cofres do
BNDES.
Mas vamos combinar
que após o apito final do juiz, no dia 3 de julho no Maracanã a luta continua.
Ou não?
Então o Conexão
Serrana faz uma proposta: que tal trocar
“Não Vai Ter Copa” por Não Vai Ter Imposto Sonegado.
É bem mais
produtivo e com benefícios muitíssimos
maiores para a Educação, Saúde, Bolsa Família, melhorias na infraestrutura de
transportes e vai por aí que a lista é longa.
O Brasil vem
batendo recordes de arrecadação, mês após mês, graças a uma série de fatores,
entre os quais a redução também recorde do desemprego, o aumento da renda média
dos trabalhadores e até algumas mudanças na própria máquina de arrecadação dos
impostos.
Pois é, mas segundo
o Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) 200 bilhões de
reais já foram sonegados nos cinco primeiros meses do ano da graça de 2014.
Ou seja, 25 vezes
os gastos com as construções das arenas para a Copa do Mundo.
Para começar a sonegação no Brasil corresponde a 13%
do PIB, contra apenas 2,3% nos Estados Unidos, país em que o sonegador não tem
vida mansa e vai em cana toda vez que é pêgo amealhando dólares que deveriam
tomar o caminho de Fort Knox, no kentucky lar do tesouro americano.
O problema é que na
pátria de Tio Sam as pessoas odeiam pagar impostos, mas odeiam ainda mais quem
dá um jeitinho de escapar do fisco.
Volta e meia a
mídia escancara a prisão de cidadãos circunspectos, muito religiosos e acima de
qualquer suspeita, ostentando a camisa com grife de alguma prisão federal.
Na terra brasilis
os sonegadores são quase amados. Ou no mínimo são vistos complacentemente como mais
espertos, donos de habilidades que não são pra qualquer um.
E, afinal, merecem
o que sonegam, por que são mais engenhosos do que nós simples pagadores do
imposto de renda na fonte.
A rapaziada do Não
Vai ter Copa bem que poderia dar o pontapé inicial no “Não Vai Ter Imposto
Sonegado”.
Ou é melhor não
mexer com isso.
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