Pois
é. Com o encolhimento prematuro da chamada Oposição, as coisas começaram a se
complicar nas redações de TVs e jornais conservadores.
Isso
porque, hoje, são os editores da mídia corporativa que balizam os movimentos e
as opiniões da rapaziada que pretende ser uma alternativa ao governo do PT.
E
não está dando muito certo.
Desde
que a presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, (Foto Judith
Brito) vaticinou que abre aspas, “com a oposição fragilizada a mídia deveria
assumir seu papel”, fecha aspas, pencas de candidatos não saem de casa sem
ouvir a opinião abalizada das redações mais proeminentes.
E o
que se pode observar é que, para atender a essa demanda proprietários de
jornais e TVs, editores, colunistas e assemelhados tornaram-se simples
manipuladores dos fatos.
Senão
vejamos.
Na
noite do último dia 19 o Jornal Nacional abriu espaço para a mais recente
pesquisa CNI/Ibope. O brioso William Bonner anunciou com garbo que a avaliação
do governo Dilma Rousseff havia piorado desde a pesquisa anterior.
Tudo
bem, os números mostram.
Só
que Bonner abre aspas de novo, “esqueceu”, fecha aspas de anunciar os números da
intenção de votos para a presidência.
Nesse
capítulo, que o apresentador/editor considerou sem importância, a candidata do
PT subiu um ponto.
Dentro
da margem de erro, claro.
Seu
adversário mais próximo, Aécio Neves perdeu um ponto enquanto Eduardo Campos
caiu três. O Jornal Nacional negou essa informação a seus telespectadores.
Já
os sites do Globo, Estadão e Folha de São Paulo não foram tão longe.
E deram
os números da corrida presidencial: Dilma Rousseff com 39, Aécio Neves com 21 e
Eduardo Campos com 10.
Discretamente
também ofereceram a seus leitores uma comparação com a pesquisa anterior.
Pois
é. Se o momento da candidata do PT já provoca esse tipo de reação, é lícito
imaginar-se que o pânico começa a se insinuar entre os jornalistas que se
arvoram em orientadores de candidaturas.
Onde
estamos errando devem estar se perguntando esses gênios da política partidária,
enquanto observam a simpática vaquinha da oposição tomando o caminho do brejo
mais próximo.
Talvez
mau humor, omissões propositais, lorotas seguidas de pedidos de desculpas, CPIs,
Joaquins Barbosas e outros parangolés, não cheguem a impressionar a massa de
eleitores.
Que,
aliás, não dá a mínima bola pro Jornal Nacional, não lê revistas e jornalões
conservadores e vota de olho no emprego e no aumento de renda.
Texto: José Attico
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