Quando
setembro vier Inglaterra e Itália vão incluir, a contabilidade de atividades
ilegais como contrabando, tráfico de drogas e prostituição no cálculo de seus
produtos internos brutos, os manjados PIBs.
Os
governos dos dois países estão muito preocupados com o raquitismo de suas
economias, duramente afetadas pela crise mundial que começou em 2008.
E um
PIB mais robusto tem serventia, explicou na contabilidade das dívidas de ambos os
países. Funciona mais ou menos assim: um PIB maior atenua (ou pelo menos é isso
que se pretende) os números mais ou menos devastadores da dívida dos dois países
com bancos & assemelhados.
Pois
é. São manobras contábeis através das quais as chamadas autoridades tentam amenizar
- principalmente para o respeitável público – o drama de economias que patinam próximo
da falência.
Deverão
então os europeus esperar um diálogo profícuo entre seus ministros da economia
e cafetões com contabilidade organizada?
Contrabandistas
e chefões do tráfico estarão dispostos a abrir oficialmente suas contas aos
economistas da rainha e do primeiro ministro italiano Matteo Renzi?
E a
grana que essa rapaziada lava em distantes paraísos fiscais, também vai
engordar oficialmente o PIB?
São
questões a serem levadas em conta quando setembro vier.
E os
números? Chegarão às autoridades constituídas por e-mail?
Mesmo
correndo-se o risco da NSA - a agência de bisbilhotagem americana - alcançá-los
antes que cheguem ao Palácio de Westminster,
na margem Norte do Rio Tâmisa?
Há perigo de serem vazados para a mídia quando
estiverem a caminho do Pallazzo Montecitorio, sede da Câmara dos deputados italianos?
Ou
cafetões e traficantes vão ser recebidos secretamente no palácio de Buckingham,
residência oficial da rainha e no lendário Quirinale em Roma, onde mora o presidente da Itália?
É
possível.
Os
europeus tornaram-se mais céticos? Mais cínicos?
Ou
não? Ou trata-se apenas de mais uma etapa do neoliberalismo ainda em andamento por
lá?
Texto: José Attico
Nenhum comentário:
Postar um comentário