Presidente da Câmara disse ainda que pedido de impeachment é
"golpismo" e "insconstitucional"
'A porteira para a corrupção na
Petrobras foi aberta durante a era do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso'.
A declaração foi dada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), durante uma entrevista no programa da TV
Cultura, Roda Viva, nesta segunda-feira (16/3). Cunha disse que a
estatal "passou a obedecer a um regulamento próprio, que permitia a
licitação por carta-convite por empresas cadastradas previamente na própria
Petrobras".
O deputado destacou
que a medida dispensava a lei de licitações e considerou como uma
"desculpa até palatável", já que a empresa tinha que ser competitiva
no mercado exterior. "O diretor podia escolher quem ele convidava e
permitir que as empresas combinassem a quem se beneficiava, as empresas podiam
combinar o seu preço", ressaltou Cunha.
Em uma das suas declarações, Cunha
considerou que o PT o escolheu como adversário. “O PT me escolheu como
adversário, não fui eu que escolhi o PT como adversário. Também não escolhi a
presidente Dilma como adversária. Estamos no meio de
uma crise política e temos que resolver uma crise política”.
Em uma outra entrevista, ainda nesta
segunda-feira (16), desta vez no programa 'Diálogos', da GloboNews, Eduardo
Cunha chamou de "golpismo", "inconstitucionalidade" e
"ilegalidade" o pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff. "Ela foi eleita legitimamente, não há o que contestar. Se
aqueles que votaram nela se arrependeram do voto, vão ter que esperar quatro
anos para consertar. Ela tem todo o direito de governar”, enfatizou o deputado.
Apesar do discurso a favor da
presidenta, Cunha, na mesma entrevista, voltou a criticar o governo de
Dilma. “Ela saiu desse processo eleitoral e não teve a percepção de que
não teve hegemonia política. Não teve hegemonia eleitoral. Teve vitória
eleitoral. Começou o segundo mandato em crise política achando que a simples
nomeação para cargos públicos seria suficiente. Sabia que tinha que fazer ajuste
fiscal, começou a propor, mas sem discutir antes as medidas, não só com aqueles
que compõem a sua base, mas com a sociedade como um todo”, disse.
Cunha comentou também sobre a
operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção envolvendo a
Petrobras. Para ele, o pedido de investigação não tem base em qualquer
indício.
Renato Duque e Marcio Thomaz Bastos
Neste cenário da Lava Jato, vale
destacar também as fortes e antigas relações do ex-diretor da Petrobras, Renato
Duque, com o ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, morto ano passado. Duque e
Bastos são de Cruzeiro, em São Paulo, e nutriam forte amizade. Bastos foi
vereador em sua cidade natal,
e seu pai tinha ligação forte com o Adhemar de Barros, inclusive sendo líder
ademarista da região de Cruzeiro.
Ao longo de sua trajetória, Bastos
foi assumindo posição mais à esquerda, e mais recentemente vinha tentando
contornar a crise das empreiteiras na Lava Jato.
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