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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O cerco se fecha


A manchete do Globo de hoje, (18) “Teresópolis terá de devolver o dinheiro das chuvas” é um indício de que as coisas não estão indo muito bem para o prefeito da cidade.


 A manchete correta, aliás, seria “Prefeitura de Teresópolis terá de devolver o dinheiro das chuvas”. Ou mais correta ainda: “Prefeito terá de devolver o dinheiro das chuvas”.


Afinal, o erro de Teresópolis ou dos moradores de Teresópolis, foi ter votado em Jorge Mario para prefeito da cidade. De resto, estamos todos, agora, pagando o preço do voto em alguém que, aparentemente, se elegeu apenas para a prática da rapina dos cofres públicos. Mas devíamos ter desconfiado.

O atual prefeito era, em primeiro lugar, um político ou dispunha-se a ser um político, para o qual a identidade partidária realmente não importava.

 E em Teresópolis, infelizmente, isso parece ajudar. Entrou no Partido dos Trabalhadores num momento em que a rejeição aos ex-prefeitos Mario Tricano e Roberto Petto estavam em níveis estratosféricos. E o PT precisava de um candidato ao cargo.

Em tese, o rinoceronte Cacareco, muito votado nos anos 50 no Rio, e o simpático chimpanzé Tião, em anos mais recentes, teriam uma bela votação nas eleições de 2008 para prefeito em Teresópolis se seus nomes (e fotos) estivessem nas urnas eletrônicas.

O PT de escassos votos no município - fato provado pelo desempenho de Dilma Rousseff dois anos depois da eleição de JM - abrigou um nome razoavelmente conhecido, mas sem nenhuma relação com, digamos, seu receituário. Ou seu ideário. Acertou no primeiro momento, mas agora vai carregar o peso da escolha afoita. 

Jorge Mario, razoavelmente bem votado em aventura eleitoral anterior, surgiu no lugar certo (o PT) na hora certa. Foi eleito por uma extensa maioria que apoiou com força um nome que tivesse melhores condições de derrotar Mario Tricano. Os experts em pesquisas sabiam disso alguns dias antes da eleição.

Eleito, já nos primeiros dias surgiu o escândalo da coleta de lixo. Mas no período eleitoral já corriam nos bastidores, sem provas é claro, notícias de que o candidato havia recebido de R$ 1 milhão para a campanha. Em troca os ofertantes queriam, sem licitação, o serviço de coleta do lixo no município, operação barrada pela Câmara.

De lá até os dias de hoje os escândalos se sucederam e, em consequência, os homens da campanha vitoriosa, convertidos depois em funcionários graduados e secretários da nova administração, foram abandonando os cargos, acossados pelas repercussões das estrepulias do prefeito na mídia, nas ruas e botequins da vida.

Agora, o instituto da delação premiada pode estar contribuindo para conter o que parece ser um formidável (para o tamanho de Teresópolis) assalto aos cofres públicos.

Jorge Mario, com a pressão dos jornais do Rio, corre sérios riscos de ser defenestrado da prefeitura. É bom lembrar aos céticos, que já aconteceu antes em cidades de maior porte. Em Brasília, o governador foi parar na cadeia, num episódio de recebimento de propina devidamente filmado por um desafeto. Que, aliás, se valeu também da delação premiada.

O que virá a seguir é difícil prever. A PF vai entrar na prefeitura levando computadores e documentos? Jorge Mario vai para prisão de segurança máxima? O processo será mais longo, com o Ministério Público Federal ouvindo testemunhas e mais testemunhas, enquanto os cães ladram e a caravana passa?

Jorge Mario deixa a prefeitura e vai morar em Israel? Ou faz uma nova plástica e troca de identidade? O vice Roberto Pinto assume? O atual prefeito é inocentado e recebe prêmio de gestão pública? Quem viver, etc, etc.

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