Na noite de ontem, segunda, os espectadores do Jornal Nacional se depararam com uma extensa matéria sobre propinas que empresas contratadas para executar serviços no município após a tragédia de janeiro estariam pagando a funcionários da prefeitura.
Teresópolis virou notícia na “página policial” do noticiário e milhões de pessoas puderam tomar conhecimento dos problemas que acontecem na cidade.
Um Jorge Mario, pálido, assustado, prometeu abrir uma sindicância para apurar os desmandos na sua administração.
No Globo de hoje (12) a mulher de um empresário diz que foi coagida pelo secretário de Governo, José Alexandre, a pagar entre 5% e 10% de propina sobre os números de um contrato entre a empresa da qual faz parte e a prefeitura municipal de Teresópolis. O dinheiro, segundo ela, foi entregue depois no banheiro da própria prefeitura.
Em denúncia ao Ministério Público federal o empresário também teria revelado que, depois da tragédia de 12 de janeiro, a propina recebida por funcionários da prefeitura passou de 10% para 50%. Com o processo correndo em sigilo de justiça não se divulga quem é quem nessa ópera.
Que seria bufa não fossem os prejuízos causados ao município de Teresópolis e a parte de sua população atingida pela tragédia.
O prefeito Jorge Mario, por sua vez, disse ontem (11) ao Diário de Teresópolis que o PT local atrapalhou seu governo. Mas é bom lembrar que, se isso aconteceu mesmo, sua resposta foi imediata: os petistas ou foram logo afastados, ou se afastaram assim que os indícios de corrupção na administração municipal tornaram-se mais claros.
Numa opção que se revelou tardia, o partido expulsou, na sexta-feira passada, o prefeito e dois vereadores de seus quadros.
Numa coletiva na prefeitura Jorge Mario defendeu-se: “A matéria (do Globo) é totalmente desprovida de verdade, totalmente fundamentada em mentiras e calúnias que são objetos de avaliação dos nossos advogados que tomarão as medidas jurídicas cabíveis para processar o jornal, os jornalistas e todos aqueles que de uma forma ou outra divulgaram essas calúnias”- disse.
Jorge Mário destacou que o município não recebeu R$ 100 milhões, como O Globo fez crer, e sim R$ 7 milhões do Governo Federal para a recuperação da cidade.
Sobre a suposta denúncia do empresário a respeito de uma reunião para acerto da propina, o Prefeito lembrou que, segundo essa mesma denúncia, um dos que estariam presentes na negociação respondendo pela pasta da secretaria de Obras, o engenheiro Paulo Marchezine, já não fazia parte do governo, tendo sido exonerado no dia 1º de janeiro.
Diante disso, o mesmo não poderia ter feito parte de uma reunião no mês de março, como relata a reportagem, concluiu o prefeito de Teresópolis.
A situação do prefeito vai se complicando e há indícios de que, como tem acontecido em outras cidades do Brasil, Jorge Mario possa ser destituído do cargo por ação do ministério público e responda a processo criminal.
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