Visite Também

Visite também o Conexão Serrana.

domingo, 24 de julho de 2011

Marina sem palanque


A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata do Partido Verde a presidente da república, Marina Silva, pode ficar sem palanque, principalmente nas capitais, ano que vem.


Segundo matéria da Folha: “Dois meses depois de sair do PV, ela não tem perspectiva de lançar candidatos de seu grupo político nas quatro maiores capitais que vão às urnas para eleger prefeitos: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.


A possível ausência de palanques e da propaganda de rádio e TV preocupa os "marineiros". Reservadamente, alguns já admitem que a perda de visibilidade pode prejudicar o plano de concorrer de novo ao Planalto em 2014”.

Marina pode ter acertado ao lançar-se candidata em 2010, apresentando-se como alternativa, ou terceira, via entre governo e oposição. Foram 19 milhões de votos que acabaram por levar a eleição para o segundo turno.

Mas a postura “em cima do muro” depois do primeiro round está custando caro. Os mais antenados certamente dirão que Marina, batalhadora das causas do meio ambiente, não soube distinguir entre ruralistas, que querem transformar a Amazônia num pasto, e o governo do PT que vem, a duras penas, reduzindo o desmatamento na região.

A postura indiferente ao que poderia acontecer com a vitória do PSDB e aliados ruralistas no poder descredencia a ex-ministra entre os simpáticos à causa verde, que gostariam de segui-la, mas ficaram sem saber pra onde. Fica difícil, nos dias de hoje, eleitores avalizarem cheques em branco. E foi isso o que Marina Silva pediu quando não declarou seu apoio a nenhum dos dois candidatos.

A ex-ministra acabou seguindo os passos - embora por razões diferentes - de outra candidata à presidência com postura semelhante.

 A ex-senadora alagoana Heloísa Helena, mais radical do que Marina Silva, está fora da legenda do PSOL pelo mesmo pecado da soberba.

Ambas se achavam acima do complicado (e conservador) processo eleitoral brasileiro. Ambas deixaram o PT acreditando em vôos individuais mais profícuos.

Não deu certo. Pode-se (e deve-se) criticar as deficiências e o fisiologismo dos partidos políticos, mas é essa a democracia que temos.

E com todos os seus problemas, viver sob um regime em que o voto conta é infinitamente melhor do que qualquer ditadura.

Luiz Inácio Lula da Silva perdeu três eleições até compreender que as regras do jogo antecediam sua entrada ao cenário. Sem o apoio do PMDB e outros partidos sem ideologia é, pelo menos até agora, impossível chegar ao poder.

É bom lembrar que esses partidos, fisiologistas, desacreditados por boa parte dos eleitores, são o resultado de 25 anos de regime de exceção.

Para se ter uma idéia da sobrevivência, ainda, dos anos de chumbo, só nessa semana o governo conseguiu aprovar a Comissão da Verdade que pode punir (pelo menos moralmente) os torturadores e assassinos do regime militar.

Em outros países da América do Sul esse pessoal está há anos atrás das grades.

Texto: José Attico

Nenhum comentário:

Postar um comentário