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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Basta e Fora!


“Verba de reconstrução é desviada pra propina”. A manchete do Globo de domingo é mais um capítulo na história dos desatinos cometidos pela prefeitura,  que já motivou passeatas, protestos e até a expulsão, na sexta-feira, do prefeito Jorge Mario dos quadros do PT.


A expulsão acabou sendo tardia, mais por hesitações do partido a nível estadual – que nomeou gente, com passado um tanto nebuloso, para a administração municipal em Teresópolis – do que pela direção do partido na cidade.

Ontem uma suíte (jargão do jornalismo escrito) deu continuidade às denúncias. Em duas páginas o jornal publica declarações de técnicos do TCU, apontando falhas nas planilhas das empresas contratadas para trabalhar na recuperação da tragédia de 12 de janeiro.

A matéria abre espaço para que o vice-prefeito Roberto Pinto também denuncie irregularidades na prefeitura, e volta ao assunto das propinas cobradas, que passaram de 10% para incríveis 50% na entrega de serviços a empreiteiras que trabalham, atualmente, na cidade.

A primeira reportagem, para quem não leu, foi baseada no que disse à Justiça um empresário que resolveu falar, beneficiado pela lei de delação premiada.  

Não é de hoje que se sabe da gravidade das acusações, principalmente ao prefeito Jorge Mario e seu ex-secretário de Governo, José Alexandre.  Mas até então os jornais do Rio ainda não haviam dado importância aos fatos.
Mesmo com o inquérito correndo em sigilo de justiça, sinais enviados da capital, detectados por jornalistas locais, indicavam que estava em curso a apuração de graves irregularidades na gestão do prefeito Jorge Mario.

 A contratação pela prefeitura de empresas de fundo de quintal para maquiar o centro da cidade, já levantava suspeitas antes mesmo do 12 de janeiro.

A trajetória do prefeito, aliás, já começara mal com o episódio da empresa de coleta do lixo, contratada sem licitação numa operação barrada pela Câmara Municipal.

Mesma Câmara, aliás, que teve dois vereadores expulsos pelo PT na sexta-feira passada e que protagoniza um circo chamado de CPI para apurar possíveis desmandos na prefeitura. E que conta com a total descrença de ruas e botequins da vida.

A falsificação que teria ocorrido no Diário Oficial do Estado, o possível enriquecimento do médico Jorge Mario depois de assumir o cargo e outras estripulias mencionadas nos corredores da própria prefeitura, vem tornando insustentável a permanência no cargo do atual mandatário.

Um velho adágio diz que “a mulher de César não precisa ser apenas honesta, mas também parecer honesta.” Em Teresópolis esse tipo de postura não é levado a sério pelo prefeito.

Vereadores envolvidos – não necessariamente em corrupção, mas que fazem parte da bancada do prefeito – se contorcem para explicar o que acontece e que fim terá a tal Comissão, segundo as ruas “comandada por amigos de Jorge Mario”.

A hora do prefeito que, em um momento até festivo da história recente de Teresópolis, foi depositário de imensas esperanças, já passou. Jorge Mario, com o peso das denúncias que agora chegam à chamada grande imprensa, não tem mais condições de permanecer no cargo.

Sua insistência, que será interpretada como apenas mais uma tentativa de barrar o processo de apuração das denúncias, só prolongará um lento e doloroso processo de desgaste para os moradores da cidade.

Basta e Fora!

Texto de José Attico 

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