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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Entrevista: Ary Moraes presidente do PT de Teresópolis



Ary Moraes e os problemas do PT de Teresópolis
No PT há 12 anos, o atual presidente do partido em Teresópolis, Ary Moraes, enfrenta uma crise - mais uma - em que estão de um lado o deputado Nilton Salomão e o Vereador Cláudio Mello e do outro o prefeito Jorge Mario e o comando do partido, que apóia a atual administração municipal. A chegada de um quadro vindo da esfera federal e a necessidade de mudança de rumos para enfrentar o day after da catástrofe de 12 de janeiro estão entre os assuntos da entrevista.


A seguir os melhores momentos.
Conexão Serrana - O ex- secretário de governo, José Alexandre, que deixou recentemente a prefeitura, era um dos nomes mais rejeitados pelas esquinas e “bocas malditas” da cidade. A saída dele contribui para a melhoria da imagem do prefeito Jorge Mário?

Ary Moraes – O José Alexandre cumpriu um papel importante como secretário de Governo na articulação para fazer andar a máquina pública. Infelizmente sua atuação no que diz respeito à articulação política foi deficiente. Ele não conhecia a agenda dos políticos, seu contato com os vereadores era ruim. Essa deficiência na articulação política é uma constante no governo, que não tem um articulador político.

CS - O fato do ex-secretário ter vindo de outro município atrapalhou?

AM – O conservadorismo leva à xenofobia; a xenofobia acaba em rejeição. Isso com certeza aconteceu.

CS - Rudimar Coberlon, um quadro do PT que estava na secretaria de Desenvolvimento Social vai para a Administração. A mudança pode ser interpretada como uma tentativa de virar o jogo por parte do prefeito Jorge Mário? A nova secretária de Planejamento também é um quadro do PT.

AM – A secretaria de Administração, com certeza vai para outro patamar. O Rudimar é uma pessoa com amplo conhecimento da área e já foi secretário de Administração no Rio Grande do Sul. A expectativa é que haja, agora, uma dinamização dos trabalhos. A secretaria precisa de maior agilidade.

CS – Hoje, (sexta-feira) mais um secretário deixou o cargo a pedido. Não são mudanças demais para uma administração que acabou de completar dois anos?

AM – Eu espero que essa alta rotatividade, prejudicial à administração Jorge Mário, acabe. Mas nesse momento o PT entende que depois da catástrofe de 12 de janeiro começa um novo governo, com outras prioridades. Hoje o que importa é da respostas rápidas para os 24 mil desabrigados e desalojados. Será preciso uma nova forma de governar. A saída do secretário Wanderley Peres não tem nada a ver com as outras mudanças na administração municipal.

CS – Essa “nova forma de governar” inclui a vinda de um quadro do PT da esfera federal?
AM - Nessa conjuntura é ter alguém com bom trânsito no governo federal, como é o caso do secretário Dione Manetti. Manetti ficou em Brasília durante os oito anos do governo Lula, no ministério do Trabalho e Emprego e na secretaria de Economia Solidária. É uma pessoa que conhece bem o funcionamento do governo federal, sabe abrir portas e dará uma grande contribuição à administração do prefeito Jorge Mário.

CS – Hoje o secretário de Cultura, Wanderley Peres, deixou o cargo. É um sinal de que ainda virão outras mudanças no secretariado?

AM – A saída do secretário Wanderley Peres não está relacionada com movimentos anteriores, como a demissão, a pedido, de Jorge Alexandre. Mas é provável que haja um rearranjo no governo. É necessário dar uma resposta urgente aos acontecimentos de 12 de janeiro. É necessária uma remodelação para atender a uma nova realidade e então o governo não pode ter a mesma configuração. É necessária uma gestão mais integrada e descentralizada.

CS - Vamos falar na crise do PT. Existem setores do partido que querem o rompimento imediato com o prefeito.

AM – As divergências no PT são até bem vindas, porque o debate enriquece. Nós, que somos contra o rompimento, queremos debater a questão internamente.  Aliás, o PT tem instâncias para esse tipo de debate e através delas, com certeza, chegaremos a um consenso. Nós estamos alinhados com uma política que inclui compromissos da administração municipal no campo democrático e popular.

CS – As divergências podem ser bem vindas, mas há militantes que querem o rompimento.
AM – Como é que o PT pode romper com o governo do PT!? Quem propõe isso não conhece política, não tem prática partidária. O PT não é um partido da coligação que apóia o prefeito Jorge Mario, o PT é o cabeça da coligação! Partidos da base podem romper; o PT não. Só alguém com um projeto pessoal pode fazer uma proposta dessas!

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