Deu no Globo:
“A convite da Anistia Internacional, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) vai deixou o Brasil na terça-feira (1º) após uma série de ameaças de morte. Em 2008, Freixo presidiu a CPI das Milícias na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), que indiciou mais de 200 pessoas, entre policiais e políticos. Desde então, o deputado passou a sofrer ameaças”.
Pois é. Fica meio complicado aceitar a saída de Marcelo Freixo do Brasil. Embora em sucessivas entrevistas o deputado tenha deixado claro que retorna em breve e no exterior – não se sabe para que país europeu ele está seguindo – vai continuar a luta contra o crime organizado no Rio de Janeiro,
seus eleitores devem estar um tanto perplexos.
Afinal essa fuga fortalece o poderio das milícias no Rio de Janeiro. E torna o deputado mais vulnerável ainda.
Esse tipo de atividade criminosa se baseia no medo, e as milícias, que Freixo combate com diligência, com certeza saem fortalecidas do episódio.
O deputado diz que volta em dezembro, possivelmente porque até lá poderão surgir alternativas, como, por exemplo, a prisão de alguns milicianos mais atuantes, já que desmantelar quadrilhas formadas por policiais, vereadores, deputados, juízes & outros bandidos menos votados é praticamente impossível no curto prazo.
Um dos problemas que o Brasil não conseguiu resolver, nem passa perto é a questão das punições à transgressores da lei. Temos a pretensão de que as cadeias brasileiras servem para recuperar criminosos, o que é patético.
Qualquer pessoa minimamente informada sabe que as prisões brasileiras, na extensa maioria dos casos, serve como uma espécie de doutorado para bandidos de segunda linha.
No caso das chamadas milícias, é bom que os governos comecem a tomar providências mais sérias. Milícias podem ser tornar bem mais poderosas do que o tráfico e num futuro não muito distante fazer com que tenhamos saudades de Fernandinho Beira Mar, Niterói, Escadinha, Zaka & outros.
Quando irrigadas pela leniência do aparato repressor do estado tendem a crescer e os custos para sua erradicação podem, no futuro, chegar à estratosfera.
Texto; José Attico
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