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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Nas asas da tempestade


sexta-feira, 5 de agosto de 2011


Agora vai? Pois é, há um certo alvoroço na cidade nos últimos dias. Segundo informações, o chefão do PMDB do Rio, Jorge Picciani, bateu o martelo: quer os vereadores do partido fora da administração Jorge Mario.

E mais, quer que Arley de Oliveira Rosa e Carlos Cesar Gomes, o Carlão, votem pela cassação do mandato do atual prefeito.


Outros vereadores, de partidos coligados ao governo Sérgio Cabral, também teriam sido instados por Picciani a abandonar o barco do prefeito de Teresópolis.

Segundo contas de experts em política local, apenas os dois expulsos do PT, Clayton Valentim e Ademir Enfermeiro e Habib Tauk (PP) permaneceriam a bordo.

Pode ser esta a disposição de Picciani, mas é bom lembrar que alguns dos vereadores em questão mantêm uma estreita relação com a prefeitura, baseada na nomeação para cargos, nos dois anos e meio da atual administração. A quem esses vereadores vão, digamos... obedecer?

Em entrevista publicada ontem (terça) no Diário de Teresópolis, o vice Roberto Pinto se declarou pronto para assumir. Disse também que não quer dinheiro, mas obras administradas, sempre que possível, pelos governos federal e estadual. Pode ser um bom começo.

Até então tinha muita gente apostando numa invasão da Polícia Federal aos computadores e processos da prefeitura. Para tentar jogar luz sobre as fortes suspeitas de irregularidades na administração Jorge Mario. A PF tem agido Brasil afora, “recolhendo aos costumes” prefeitos, secretários e auxiliares de alto coturno em prefeituras de maior porte do que Teresópolis.

Boa parte dos moradores da cidade acredita que Jorge Mario ainda se mantém no poder graças a gestões do Partido dos Trabalhadores, sua seção estadual para sermos claros, que, além de nomear petistas “de fora” para substituir petistas locais demissionários, estaria criando obstáculos para a entrada da polícia na prefeitura.

Hoje é pouco provável que isso aconteça. É bom lembrar que Jorge Mário e os vereadores Ademir Enfermeiro e Clayton Valentim foram expulsos pelo diretório do partido numa sessão na sexta-feira (...) em que, a princípio, só o prefeito seria defenestrado. Valentim e Enfermeiro acabaram expulsos, também e já não há motivos para que o PT vá obstar uma possível ação da PF.

As últimas posturas de JM indicam alguma coisa próxima do desespero. O prefeito queixou-se, recentemente da atividade do “maligno” (leia-se o demônio, o diabo, o coisa ruim...) que já foi arquivado pela igreja católica, mas parece permanecer firme entre os neopentecostais, como Jorge Mario.

Nada, é claro, contra os neopentecostais e sua crença, mas o “maligno” subir ao palco no meio da ópera é um pouco demais.

Fica difícil acreditar que o prefeito ainda esteja tentando envolver o “maligno” em questão em episódios como a entrega do recolhimento de lixo urbano sem licitação. Ou na falsificação de um Diário Oficial. Ou ainda - o que faria o “maligno” com essa grana toda? – solicitado o aumento da propina de 10% para até 50%.

A grande imprensa depois da expulsão de Jorge Mario do PT, parece ter se desinteressado pelos problemas de Teresópolis. É bem verdade que não estão acontecendo capítulos de maior importância nessa novela e mesmo o movimento popular parece ter perdido o impulso inicial. Enquanto isso um Jorge Mario assustado, que não parece ter muito apetite para botar o pé na rua vai tocando o barco.

Só que, depois de uma primeira tempestade, momentaneamente afastada, pode vir a suceder-se outra, com vendavais mais fortes a ponto de pôr a pique a nau do insensato Jorge Mario.

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