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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Saiu na Folha de São Paulo: família Alckmin é investigada



Lu com Geraldo: suspeita de ter se beneficiado de R$ 4 milhões
“Uma empresa que tem como sócios parentes de Lu Alckmin, mulher do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), é investigada sob suspeita de ter se beneficiado de uma fraude de R$ 4 milhões contra a Prefeitura de São Paulo, O esquema, que também envolve outras empresas, foi alvo de operação em conjunto da Corregedoria Geral do Município, Polícia Civil e Ministério Público e resultou na prisão de quatro pessoas na última sexta-feira (26).

A prefeitura afirma que a empresa dos parentes de Lu Alckmin - Wall Street Empreendimentos e Participações - falsificou documentos para pagar um valor menor de taxas cobradas para autorizar a construção de prédios. A taxa em questão é a outorga onerosa, dispositivo que permite a construção de imóveis acima do limite previsto, mediante pagamento à prefeitura.


Por conta das fraudes, a Prefeitura de São Paulo promete interditar a partir desta terça-feira (30) as obras de 21 prédios, alguns deles de alto luxo, nas zonas leste e oeste da cidade.

E isso não foi tudo.


Na segunda-feira o jornalão registrou que, o sistema bancário infla as perdas com inadimplência para reduzir a incidência de imposto sobre suas operações. Sonegação, mesmo, é a palavra.
Segundo o site Brizola Neto “a sonegação de rico tem outro nome: planejamento tributário. E uma outra palavra incomum: elisão fiscal. As operações ganham contabilmente nomes e formas para isentarem-se de imposto”.


Pois é.

O jornalão, não podemos esquecer, foi o mesmo que recebeu e publicou um e-mail falso acusando a então pré-candidata Dilma Rousseff de participar de ações violentas durante o período da ditadura militar. Além disso, vem publicando matérias de conteúdo duvidoso desde que Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder nos idos de 2002.


O jornal inventou fatos, apoiou mentiras deslavadas geradas pelas campanhas de Alckmin e José Serra, esqueceu princípios básicos do jornalismo - como ouvir o outro lado – e atendendo a uma orientação da presidente da Associação Nacional de Jornais, ANJ, Judith Brito, assumiu o papel de partido político.


Não deu certo. Agindo como partido político a Folha foi derrotada por Lula em 2006 e Dilma em 2010. A lição pode não ter sido entendida integralmente porque a Folha não abriu mão de, pelo menos no início do atual governo, publicar as chamadas futricas tentando contrapor o ex-presidente e a atual. Também não deu certo.

 
Pode ser deplorável, mas o jornal que chegou a vender nas bancas alguma coisa em torno de 900 mil exemplares diários e ano passado caiu para 21 mil exemplares corre atrás do prejuízo. A tática parece ser, em princípio, tentar manter a todo custo os leitores mais fiéis, conservadores para os quais a realidade é o que menos importa.


No caso da matéria sobre a família Alckmin a coisa até se explica. De um lado o partido que está sendo montado pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab não é contra nem a favor do governo, muito pelo contrário. A Folha pode garantir generosas verbas publicitárias até porque Gilberto Kassab quer mais do que a prefeitura de São Paulo.


Por outro, o que é menos provável, talvez os editores do jornal e a família Frias comecem a perceber que o jornalão tem um futuro cada vez menos improvável – a crise dos grandes jornais é mundial – e precisem crescer em outras plataformas de mídia – onde o público é mais jovem -  onde o conservadorismo não tem lugar.


Até aí tudo bem. Jornais mudam de posição de acordo com conveniências. O interessante é a matéria denunciando o golpe que os bancos aplicam no nosso dinheiro. Bancos ainda são grandes anunciantes da mídia impressa e gostam de passar para o público a imagem de instituições sérias.


A matéria da Folha  não vai provocar nenhuma mudança maior do que multas que os tribunais acabam por perdoar. Afinal, do outros lado estamos nós, os pagadores de impostos que até já nos acostumamos a morrer no final do filme.

A matéria que o jornal publicou não dependeu de maiores investigações. Está lá no site do Banco Central e a prática é tão antiga quanto andar pra frente. As multas também, assim como o suborno de juízes e desembargadores para que o processo seja julgado quando 2050 chegar.

De qualquer maneira, boa parte do povo brasileiro que começa, aos poucos, a deixar a letargia do desinteresse pelo seu próprio destino está repensando as mensagens que Santander, Bradesco, Itaú e outros com menos clientes exibem nas telas da TV. Mesmo com as restrições de praxe é bom ver matéria desse quilate na Folha de São Paulo. 


Texto: José Attico

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