Visite Também

Visite também o Conexão Serrana.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Desestabilização e Economia


A mídia corporativa continua fazendo o possível para tentar desestabilizar o governo Dilma Rousseff. É complicado. Quando a economia vai bem é praticamente impossível jornalões e TVs produzirem crises graves. 


E o IBGE disse ontem (25) que “a taxa de desemprego fechou abril em 6,4%, resultado menor para um mês de abril desde o início da série de coleta de dados da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002”. Não há como resistir a isso.

No momento Antônio Palocci, ministro-chefe da Casa Civil, é a bola da vez de O Globo. Folha de São Paulo, Estadão, TV Globo & outros veículos com menos votos. (Ou menos leitores).

É possível que o médico e ex-prefeito de Ribeirão Preto tenha escorregado na ética? Talvez. Mas um problema a ser levado em conta no caso é a linha tênue que divide a atividade de uma empresa que, com certeza, faz lobby para seus clientes e um comportamento eticamente indefensável.

Para os jornalões isso não importa muito. O problema é tentar atingir pessoas próximas a Dilma Rousseff – como sempre acontecia nos tempos de Lula. Nenhuma linha sobre casos similares que envolveram o “entourage” de Fernando Henrique Cardoso, como André Lara Rezende – banqueiro que se acostumou a levar seus cavalos puro sangue para viajar em jatinhos de sua propriedade. 

Ou em Armínio Fraga que ficou milionário depois de se tornar banqueiro, assim que deixou o governo FHC.

Outros nomes de funcionários que ficaram milionários em governos passados não entram na pauta de O Globo - o que o bom jornalismo recomendaria - para que seus leitores possam fazer as devidas comparações. 

O blogueiro Paulo Henrique Amorim mostra, com documentos publicados ontem, (25) no site Conversa Afiada, que Verônica Serra, filha do ex-candidato a presidente e sócia de Verônica Dantas, filha do banqueiro Daniel Dantas - ele mesmo, preso duas vezes e imediatamente solto na “Operação satiagraha - teve seu patrimônio multiplicado por R$ 50.000 vezes em 42 dias.

O problema com os jornalões já foi discutidos em colunas anteriores. Além do rápido declínio das tiragens há, agora, a pressão das redes sociais, Twiter, Facebook, sites e blogs independentes que dão entrada no teatro da comunicação . 

Essas novas plataformas estão, rapidamente, liquidando com o monopólio da mídia corporativa. De repente começa a entrar em pauta a credibilidade. Como acreditar em jornais e revistas que precisam, a qualquer preço, manter os poucos leitores que restam e, em conseqüência, seus anunciantes?

Um exemplo. Dias atrás a matéria de capa de uma revista semanal detonava o açúcar. Segundo os especialistas citados no texto, o velho e bom açúcar pode ser um veneno dos mais perigosos. Encurtando, inclusive, a vida dos usuários tal a quantidade de problemas que pode provocar no organismo humano. 

Ninguém foi ouvido para o contraditório. Podemos acreditar no texto, ou tudo não passa de matéria paga por empresas produtoras de assemelhados? Como os adoçantes, para dar um exemplo.  

No contexto atual, em que as coisas não vão muito bem, a reportagem pode ter sido solução para finanças em mal estado.

A liça com o PT e simpatizantes vai continuar? E por quê? As notícias diárias sobre o crescimento intermitente da economia agradam empresários e o operário analfabeto não está mais no poder

Ou não há mais um pobre no poder, o que não era palatável para  a classe média conservadora. 

A atual ocupante do cargo, primeira mulher a chegar à presidência, é originária da mesma classe média e freqüentou a faculdade. O que, pesquisas já mostram, ajudam a manter sua popularidade em alta.

A tentativa de desestabilizar o governo Dilma não vai dar em nada. Nem mesmo vai vender jornal. Serve, no entanto, para que O Globo, Folha de São Paulo e Estadão atendam às expectativas de seus leitores fiéis.

Antes que eles acabem.

Texto: José Attico

Nenhum comentário:

Postar um comentário