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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

O cavalo

 Era um terreno baldio na rua lateral, calçada com paralelos, perto do hotel onde eu estava com minha mãe. Rua praticamente deserta naquele final de manhã. E o cavalo estava lá, triste como cabe aos pangarés que naqueles anos 50 puxavam charretes ou pequenas carroças na cidade de Vassouras. Centenas de carrapatos, alguns do tamanho da ponta de um dedo mínimo de adulto se espalhavam pelo dorso e a barriga do bicho. Fiquei meio horrorizado com o desleixo do dono e fui me aproximando.

O cavalo não parou de comer um pouco de capim cercado por plantas que normalmente chamamos de ervas daninhas. Arranquei alguns dos maiores carrapatos, uns dez, mas cheguei logo à conclusão que não daria para tirar todos. Além disso, mesmo arrancado o bicho deixava o ferrão no local e provocava coceira. Deixei o cavalo e fui aproveitar o tempo que me restava.

Eu que por estar convalescendo de uma doença grave passava quase a totalidade do dia deitado na estranha cama de casal do hotel. Tinha sete anos naqueles dias tristes.

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