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domingo, 15 de novembro de 2015

É para lavar um país ou é para lavar um partido?


Jornal de grande circulação comenta neste sábado (14) que a aior preocupação do ex-presidente Lula reside em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) rastreando suas movimentações financeiras, assim como de outros membros do Partido dos Trabalhadores, a exemplo do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. 
Como evidencia a notícia, o Conselho - que se situa no âmbito do Ministério da Fazenda - abriu um inquérito contra um dos filhos de Lula. O pedido de abertura teria sido assinado por um funcionário nomeado por Guido Mantega, aliado do governo.
 
Em um passado conservador, a chefe do Coaf mantinha relações estreitas com o então ministro do Planejamento, tendo inclusive sido casada com um ex-ministro da Justiça. Se as investigações do órgão tivessem sido abertas nessa época – o que não aconteceu, dado o conservadorismo do governo daquele tempo – vários dos que hoje apregoam contra a corrupção estariam presos.  
Os delatores e contraventores do passado continuam os mesmos de hoje, que agora protagonizam o escândalo da Lava Jato. A diferença está no posicionamento das autoridades, que naquele momento não foram firmes e hoje, mesmo sendo acusadas de envolvimentos nos esquemas de corrupção, abrem inquéritos para que as irregularidades sejam devidamente apuradas.
Em 2003, por exemplo, estourou o “Escândalo do Banestado”. Tratava-se de um esquema de evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais entre os anos de 1996 e 2002, quando foram retirados de forma indevida do país cerca de US$ 150 bilhões através de contas CC5 do Banco do Estado do Paraná. 
Uma CPI foi instaurada e, conforme relata matéria publicada pela IstoÉ em 22 de dezembro de 2004, resultou no indiciamento de 91 pessoas, dentre elas figuras públicas como o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Nunca se soube que a revista tenha sido processada por algum deles.  
Informações dão conta, entretanto, que as investigações não foram transparentes. O presidente da CPI, o então senador tucano Antero Paes de Barros, teria encerrado os trabalhos da Comissão antes que o relatório final fosse apresentado para poupar seus pares.
Um dos principais nomes da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, também esteve envolvido no escândalo de 2003. Seu papel consistia em prover dólares para outros doleiros e alguns clientes especiais de formas ilícitas, muitas vezes por meio de laranjas e das já citadas contas CC5, pertencentes a pessoas que não residiam no Brasil. Se os envolvidos no esquema do Banestado, banco estatal privatizado durante o governo FHC, tivessem sido devidamente punidos na época correta, a corrupção no país teria chegado aos patamares atuais?

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