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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Que tal depois do “Não vai ter Copa” o “Não vai ter imposto sonegado”

Pois é, tem uma rapaziada que está nas ruas armando um bulício de bom tamanho contra a Copa do Mundo no Brasil, que começa agora no próximo dia 12.

É válido, lúcido e inserido no contexto, diria, um militante da praia de Ipanema no final do anos 60.

Bom, em primeiro lugar é necessário considerar que, embora politicamente corretíssimos, os bravos batalhadores do “Não Vai Ter Copa”, são minoria absoluta.


A maioria dos brasileiros está feliz com o evento e apoia, sem maiores restrições, a Copa do Mundo em gramados tupiniquins.

Depois, como diria um literato russo do século 19, “o que está feito, está feito”.

E pelo menos as torcidas vão poder frequentar estádios muito melhores e mais confortáveis do que os existentes até agora.

Em algumas cidades haverá um melhor acesso aos campos e outras modernizações que ficarão pelos próximos anos.

É claro que o dinheiro público emprestado a empreiteiras, municípios e estados poderia ter destino melhor, até porque não há certeza absoluta de que voltará aos cofres do BNDES.

Mas vamos combinar que após o apito final do juiz, no dia 3 de julho no Maracanã a luta continua. Ou não?

Então o Conexão Serrana faz uma proposta: que tal trocar  “Não Vai Ter Copa” por Não Vai Ter Imposto Sonegado.

É bem mais produtivo e com benefícios  muitíssimos maiores para a Educação, Saúde, Bolsa Família, melhorias na infraestrutura de transportes e vai por aí que a lista é longa.

O Brasil vem batendo recordes de arrecadação, mês após mês, graças a uma série de fatores, entre os quais a redução também recorde do desemprego, o aumento da renda média dos trabalhadores e até algumas mudanças na própria máquina de arrecadação dos impostos.

Pois é, mas segundo o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) 200 bilhões de reais já foram sonegados nos cinco primeiros meses do ano da graça de 2014.

Ou seja, 25 vezes os gastos com as construções das arenas para a Copa do Mundo.

Para começar  a sonegação no Brasil brasileira corresponde a 13% do PIB, contra apenas 2,3% nos EUA, país em que o sonegador não tem vida mansa e vai em cana toda vez que é pego amealhando dólares que deveriam tomar o caminho de Fort Knox, o lar do tesouro americano.

O problema é que na pátria de Tio Sam as pessoas que odeiam pagar impostos, odeiam mais ainda quem dá um jeitinho de escapar do fisco.

Volta e meia a mídia escancara a prisão de cidadãos circunspectos, muito religiosos e acima de qualquer suspeita, ostentando a camisa com grife de alguma prisão federal.

Na terra brasilis os sonegadores são quase amados. Ou no mínimo são vistos complacentemente como mais espertos, donos de habilidades que não são pra qualquer um.

E, afinal, merecem o que sonegam, por que são mais engenhosos do que nós simples pagadores do imposto de renda na fonte.

A rapaziada do Não Vai ter Copa bem que poderia dar o pontapé inicial no “Não Vai Ter Imposto Sonegado”.

Ou é melhor não mexer com isso.

Texto de José Attico para o blog  Conexão Serrana



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