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sábado, 26 de fevereiro de 2022

Ecos de uma tragédia local

É cada vez mais claro, para um número cada vez maior de moradores desta Terra de Santa Cruz, que a passagem de Jair Messias Bolsonaro pelo palácio do Planalto vai trazer passivos que levarão tempo para serem devolvidos ao lixo da História. No chamado plano institucional, vai ser difícil, por exemplo, retomarmos uma legislação que devolva aos trabalhadores o mínimo de direitos já existentes na velha legislação em vigor desde a Era Vargas. 

 O empresariado brasileiro – e quem estudou a história do país sabe muito bem – ainda raciocina com seus ancestrais, aplicando a lei da mais valia como norma natural de suas atividades, evitando aceitar que vivemos numa sociedade de consumo de massas, em que o consumidor – o homem/a mulher que trabalham em suas fábricas - é, cada vez mais, o polo central do desenvolvimento econômico.

 Nesse capítulo é importante que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva tenha começado a considerar esse tema em suas aparições nas redes sociais. Sem consumo não há desenvolvimento. Pode ser lamentável, mas é a regra do jogo no capitalismo do século 21. No entanto, como a História não se detém - mesmo quando ingressamos numa transversal do tempo - algumas realidades do nosso dia a dia mostram, claramente, que a mudança social está em curso apesar do conservadorismo do governo.

É visível, para quem acompanha o dia a dia do noticiário, o fortalecimento de organizações da sociedade que, emergem e se fortalecem num cenário em que o desejo claro do governo é pelo seu enfraquecimento e/ou simples desaparecimento. Organizações como o MTS, movimento negro, feministas, LGTB, conservacionistas e outros ocupam cada vez mais espaço nas redes sociais e mesmo na mídia corporativa.

Uma contracultura particularmente brasileira vai se estabelecendo em áreas pobres da periferia, principalmente entre populações mais jovens. E uma das pontas de lança desse tipo de movimento é a música. O antigo Samba, ingênuo em suas raízes, vai sendo substituído pelo agressivo Funk, nas favelas da periferia. E o próprio Samba vai mudando de cara, deixando, para trás o romantismo das letras e ingressando num universo, quem sabe, de contestação da realidade. 

O avanço na direção de um mundo onde a história retome seu ritmo será complicado. Afinal o fascismo deixa rastros visíveis por onde passa. Mas a existência e o fortalecimento de movimentos sociais, com certeza, serão novos e poderosos instrumentos na busca de um país para todos.

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