O empresariado brasileiro – e quem estudou a história do país sabe muito bem – ainda raciocina com seus ancestrais, aplicando a lei da mais valia como norma natural de suas atividades, evitando aceitar que vivemos numa sociedade de consumo de massas, em que o consumidor – o homem/a mulher que trabalham em suas fábricas - é, cada vez mais, o polo central do desenvolvimento econômico.
Nesse capítulo é importante que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva tenha começado a considerar esse tema em suas aparições nas redes sociais. Sem consumo não há desenvolvimento. Pode ser lamentável, mas é a regra do jogo no capitalismo do século 21.
No entanto, como a História não se detém - mesmo quando ingressamos numa transversal do tempo - algumas realidades do nosso dia a dia mostram, claramente, que a mudança social está em curso apesar do conservadorismo do governo.
É visível, para quem acompanha o dia a dia do noticiário, o fortalecimento de organizações da sociedade que, emergem e se fortalecem num cenário em que o desejo claro do governo é pelo seu enfraquecimento e/ou simples desaparecimento.
Organizações como o MTS, movimento negro, feministas, LGTB, conservacionistas e outros ocupam cada vez mais espaço nas redes sociais e mesmo na mídia corporativa.
Uma contracultura particularmente brasileira vai se estabelecendo em áreas pobres da periferia, principalmente entre populações mais jovens. E uma das pontas de lança desse tipo de movimento é a música.
O antigo Samba, ingênuo em suas raízes, vai sendo substituído pelo agressivo Funk, nas favelas da periferia. E o próprio Samba vai mudando de cara, deixando, para trás o romantismo das letras e ingressando num universo, quem sabe, de contestação da realidade.
O avanço na direção de um mundo onde a história retome seu ritmo será complicado. Afinal o fascismo deixa rastros visíveis por onde passa. Mas a existência e o fortalecimento de movimentos sociais, com certeza, serão novos e poderosos instrumentos na busca de um país para todos.
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