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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

A Classe dominante tenta se aproximar de Lula?

A resposta de Lula, não aceitando participar de uma entrevista para a Rede Globo de Televisão, e listando tudo o que as mídias da família Marinho produziram contra ele no episódio da prisão em Coritiba é, para usar o velho jargão, um sinal dos tempos.

 Lula elencou, ponto a ponto, a parcialidade, as omissões, a desonestidade pura e simples, algumas fake news e o baixo nível do que o “respeitável público” costuma chamar de jornalismo, para negar sua participação no programa da emissora.

Mas nesse capítulo é preciso entender que as Organizações Globo apenas interpretam a opinião da Classe Dominante brasileira. A atrasada Classe Dominante que ainda se comporta como se vivêssemos o início da história do capitalismo, quando as máquinas a vapor chegaram aos teares da Revolução Industrial na Inglaterra.

Como no Século 18, os donos dos meios de produção ainda apostam nos baixos salários, na precarização do trabalho, na retirada de direitos trabalhistas e outros itens que, no século 21, servem apenas para reduzir a capacidade de compra dos trabalhadores.

Os proprietários dos meios de produção insistem em ignorar que vivemos numa sociedade de consumo de massas e o trabalhador cada vez mais ganha importância como consumidor. Mas a tentativa de reconciliação (será mesmo!?) com o candidato que está à frente nas pesquisas pode ser também um sinal de que essa mesma Classe Dominante, começa a se desfazer do que imaginava uma “terceira via”. 

 A alternativa Doria até agora não consegue mostrar mais do que vigorosos sinais de inviabilidade. Nas pesquisas feitas, os números posicionam o governador paulista abaixo das candidaturas de Ciro Gomes e do ex-juiz Sérgio Moro. No momento a história parece ter entrado numa transversal do tempo: a pandemia, que ainda assola o Brasil serviu, mais uma vez, para aumentar as desigualdades; os ricos ficaram mais ricos e aumentou o número de brasileiros nas classes C e D. (Atenção, os dados aparecem sem problemas em todas as plataformas de mídias. Até mesmo na Rede Globo).

Com a tentativa de dar “espaço” a Lula na TV, a Classe dominante, via Organizações Globo, pode estar tentando dar um passo - com certeza arrependida do apoio a Bolsonaro - na direção de tentar amenizar projetos de redução das desigualdades, como propostos, em um futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

 A permanência da ancestralidade portuguesa escravagista ainda persiste em corações e mentes de capitães de indústria, rentistas, banqueiros, no agronegócio, e em parte da classe média, desesperada para não ser confundida com quem mora no outro lado da rua: os habitantes das comunidades, de quem se aproxima cada vez mais. Lula acertou em descartar qualquer tipo de aproximação com a Corporação que vocaliza os desejos da Classe Dominante.

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