Baseado em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da U.S. Energy Information Administration (EIA), agência norte-americana que faz parte do sistema federal de estatísticas dos Estados Unidos, o JB levantou dados dos últimos 30 anos sobre produção, consumo, importação e exportação de petróleo no Brasil, e cruzou com estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), traçando um panorama da expansão dos dois setores no período. No ramo de veículos, a fatia detida no mercado interno teve crescimento de 12% em detrimento do que foi exportado, e a manufatura subiu 366%.
Para suprir esta demanda, o Brasil importava 584 mil bpd, só passando a exportar óleo bruto e condensado em 1999, com média de apenas 600 barris por dia. Em 2012 (último ano com dados disponíveis), a média de exportação diária bateu a marca de 526 mil barris. Já a importação caiu, mas ainda existe. Com média de 375 mil bpd em 2012, o país precisa trazer de fora petróleo leve, pois a produção dessa qualidade de óleo ainda é pequena.
O consumo de petróleo se expandiu em paralelo à indústria automobilística. Segundo a Anfavea, a produção nacional de autoveículos (montados e desmontados) subiu de 864.653 para 3.172.750 (crescimento de 366%), enquanto as exportações tiveram aumento pouco menor, de 304%, o que mostra uma expansão do mercado interno no país. Em 1984, cerca de 77% dos autoveículos (montados e desmontados) produzidos ficou aqui (668 mil). Já em 2014, este percentual aumentou para 89,5%, com 2,813 milhões.
Sem produção de petróleo nacional, Brasil teria que importar 35% a mais em 2014
A balança comercial brasileira encerrou 2014 com saldo negativo de 4%, exportando US$ 225,1 bilhões contra US$ 229,06 bilhões em importações, mas essa diferença poderia ser ainda maior caso o Brasil tivesse que importar todo o seu petróleo. Com o barril custando uma média de US$ 98,94 no ano passado e rendimento nacional de 2,255 milhões de bpd, a produção total no ano teve valor de US$ 81,4 bilhões. Em uma situação onde todo o líquido tivesse que ser importado, esse montante representaria um acréscimo de 35% nas importações.
Luís Guilherme Julião *do projeto de estágio do JB
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