Atlei e a prestação de contas num cenário desfavorável

O prefeito Arlei Rosa está fazendo distribuir na cidade o Jornal do PMDB, peça publicitária que é também uma singela prestação de contas de seu mandato.

O objetivo, claro, é tentar reverter a péssima avaliação que as ruas fazem de seu trabalho à frente da prefeitura municipal de Teresópolis.

Somos informados, de início, que parcerias com os governos federal e estadual estão rendendo limpeza e dragagem de córregos e rios, asfaltamento de ruas e servidões em bairros carentes, implantação de uma unidade do Corpo de Bombeiros em Bonsucesso, e aquisição de veículos para educação, saúde, segurança pública e agricultura.

Também ficamos sabendo que a prefeitura recuperou cerca de 30 escolas e construiu uma, para 700 alunos.

Reformou várias praças, onde foram instalados novos brinquedos, e adquiriu estoques de remédios para atender às unidades de saúde.

O respeitável público também foi posto a par, pelo jornal, da recuperação de postos de saúde e da contratação de novos médicos e novos professores pelo município.

O jornal faz ainda citações ao Centro Administrativo - cujas obras, aparentemente estão interrompidas - e à remodelação da Praça Olímpica – obras aparentemente não iniciadas.

Mas não menciona o destino do antigo Fórum que, segundo acordo com o Tribunal de Justiça, seria repassado à prefeitura.

O saldo é até positivo, se acreditarmos no que está impresso.

Então porque a administração Arlei tem nota tão baixa na opinião de grandes segmentos entre os moradores da cidade?

“O governo até que vai razoavelmente bem”, explica uma velha raposa da política local, “mas o prefeito vai muito mal”.

Pois é. Como essa dissociação aconteceu ao longo do mandato, deve estar no cardápio das preocupações diárias do prefeito e seus assessores mais próximos.

De início é bom lembrar que Arlei foi eleito com 24 mil 819 votos num universo em que 99 mil 488 eleitores exerceram seu direito de voto. Pois é.

Mas a maioria das críticas, por parte de quem se acredita entendedor da política local tem como alvo a postura do prefeito.

Então o irremediável jeitão interiorano, uma certa dificuldade de comunicação com a classe média formadora de opinião e uma também irremediável ausência de carisma acabam produzindo resultados não muito agradáveis.

Mudar o quadro é possível? Talvez não, mas é necessário pelo menos tentar.

A peça publicitária que está nas ruas é uma singela primeira tentativa?