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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pacto Sinistro



Nisso FHC tem toda razão
 Até o momento em que comecei a escrever essa matéria, domingo à tarde, a mídia corporativa – principalmente jornalões e TVs do eixo Rio-São Paulo - mantinha um silêncio sepulcral sobre as revelações do livro  A Privataria Tucana, do jornalista Amauri Ribeiro Júnior, lançado na sexta-feira.

A Privataria Tucana mostra a participação do ex-governador de São Paulo, José Serra, nas maracutaias em torno da venda de empresas estatais no governo FHC, também ele artífice e beneficiário das privatizações.


O título estava à venda na edição eletrônica do jornal Folha de São Paulo, mas sumiu na noite de segunda para terça-feira. A “Livraria da Folha” tinha, inclusive, repercutido o lançamento, com direito a sinopse.

As editorias de polícia e política do jornais e TV, evitaram o assunto no primeiro momento,mas segundo a edição eletrônica do Estado de São Paulo de terça-feira, “o ex-governador José Serra (PSDB-SP) chamou de “lixo” o livro “Privataria Tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Júnior”.


O Estadão aproveitou o embalo para lembrar que “Amaury Ribeiro Júnior foi acusado no ano passado durante a campanha eleitoral de ter encomendado a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. Tiveram o sigilo violado o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge Caldas Pereira, a filha de Serra, Verônica, entre outros.


“O jornalista” - ainda segundo a matéria do Estadão – “negociou participação na pré-campanha da presidente Dilma Rousseff. Amaury afirmou na época que estava buscando informações para seu livro e negou a prática de ilegalidade”.


O jornalão “esqueceu de dizer”, no entanto, que processo contra o repórter foi arquivado, mas a filha de Serra, Verônica, continua indiciada pelo mesmo crime atribuído a Amaury Júnior: quebra de sigilo fiscal.

Enquanto a mídia corporativa preparava o velho expediente de desqualificar o autor sem tomar conhecimento do conteúdo das denúncias, a Câmara produzia manifestações tímidas. Mas, segundo a edição eletrônica do JB, “o livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro, começa a ter impactos concretos em Brasília.

Na terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), recebeu um pedido de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar os supostos casos de lavagem de dinheiro e a realização de uma audiência pública para debater as denúncias”

O livro do jornalista, segundo matéria da Revista Carta Capital -
aparentemente o único órgão de mídia impressa a abrir espaço, no primeiro momento, para noticiar a publicação da “Privataria” - está batendo recordes de venda.com 15 mil exemplares esgotados nos primeiros dias de venda.

O interessante é que o termo “privataria” é copyright de Elio Gaspari, colunista da Folha, O Globo e outros jornais, e amigo
muito próximo de José Serra, a personagem principal de livro e foco de acusações que vão desde propinas recebidas por ele, sua filha Verônica & outros parentes e amigos, à lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outras formas tunga do dinheiro público.

Enquanto a mídia prossegue em seu pacto sinistro pelo silêncio e aqui e ali pipocam notícias sobre a Privataria, a internet abre espaços generosos para a divulgação do livro e seu conteúdo.

São novos tempos. Os jornalões, que se dizem campeões da liberdade de opinião, mostram que a regra nem sempre deve ser seguida. Ou que liberdade de opinião depende dos interesses de seus proprietários. Principalmente quando se trata de opinião contrária à ideologia, convicções políticas e, é claro, interesses bem mais rasteiros.

O problema a ser enfrentado pela mídia é que, apesar do cerco, do pacto de silêncio, a cada dia que passa a trajetória de A Privataria Tucana vai se consolidando, no embalo do que publicam blogs e sites libertários, sérios, produzidos por jornalistas que conhecem os procedimentos no ramo.</b>


Strangers in aTrain”, de 1951é o título original do thriller “Pacto Sinistro” de Alfred Hitchcock. O autor da matéria roubou descaradamente o titulo do filme. 

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