Visite Também

Visite também o Conexão Serrana.

domingo, 20 de novembro de 2011

Brasileirão “Apaulistado”


Times de São Paulo dominam brasileirão
Saiu na Folha de São Paulo
Brasileiro-12 pode virar hoje o mais “apaulistado” da história
Após ver o Rio festejar os últimos dois Brasileiros (Flamengo e Fluminense) e a Copa do Brasil deste ano (Vasco), São Paulo agora tem a chance de revidar. E em dose dupla.


Além de conquistar o Nacional-2011 com o Corinthians, líder do torneio faltando três jogos, o Estado pode quebrar o recorde de participação na próxima Série A.

Confirmando-se o atual grupo de acesso da segunda divisão, que hoje chega à penúltima rodada, com todos os duelos partir das 17 horas, haverá nada menos que sete paulistas entre os 20 participantes do certame em 2012.

No dia 5 de outubro escrevi neste blog:
Outro problema, entretanto, pode estar contribuindo para minar o futebol brasileiro. Trata-se da inexistência de mecanismos que dificultem a ida, para divisões inferiores dos clubes de grande torcida.


O problema é maximizado pelo ingresso nas competições dos “times de empresário”. Em São Paulo alguns desses times, Barueri e Americana, por exemplo, já disputam segunda e terceira divisões do brasileirão. 


São times que funcionam como vitrine para a venda de jogadores de nível médio e que muitas vezes acabam ocupando espaços nobres nos campeonatos.


Esses times de 500, 200, 100 e até menos torcedores não levam para os estádios nem mesmo a torcida das cidades onde estão baseados. Tem no máximo a simpatia ocasional de alguns moradores, fiéis torcedores de Vasco, Flamengo, São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Internacional & outros grandes.


Não se trata de fechar as portas a clubes ascendentes, bem administrados, que cheguem por mérito às primeiras divisões do futebol.

 Trata-se de criar mecanismos que não deixem de fora clubes como o Paissandu – leva 70 mil pessoas ao estádio em Belém – agremiações tradicionais do nordeste e de estados da federação onde o futebol tem grande importância na vida das pessoas.


Na Argentina isso já existe e o River Plate teve que suar a camisa para conseguir ser rebaixado esse ano.

Pois é.
O jornal paulista exulta com a possibilidade de mais clubes do estado no Brasileirão, é claro.

Na matéria anterior, no entanto, não discuti a questão da transmissão pela TV do jogos do Brasileirão. Será que vai ser interessante para o público carioca ou mineiro acompanhar um campeonato “apaulistado” como nomeia a matéria da Folha de São Paulo?

E se a tendência continuar. Vamos ter uma primeira divisão sem dois ou três grandes do Rio?  Com mineiros e gaúchos na Segundona, acompanhados por pernambucanos, baianos, paranaenses, catarinenses? Quem vai querer acompanhar os jogos da Segunda Divisão nessas condições?

Algum desavisado poderá dizer que com tantos clubes grandes a Segundona vai acabar se tornando tão ou mais importante que a primeira divisão. É possível, mas pouco provável. E mais: há um abismo entre o que é pago pelas emissoras de TV aos clubes que disputam a primeira e a segunda divisão.

Clubes grandes que lá estiveram, como Vasco, Botafogo, Grêmio, Atlético Mineiro e outros, sabem como é difícil o retorno. No caso do Fluminense, por exemplo, que caiu para a Terceira Divisão, só mesmo a ajuda de dirigentes da CBF trouxeram o time de volta.

A vitória no tapetão atenta contra a ética, mas é necessária a criação de mecanismos como, repito, já existem na Argentina para evitar a queda dos times de grandes torcidas para divisões inferiores e, ao mesmo tempo, não impedir o acesso de clubes bem administrados e vencedores.  Um Brasileirão “apaulistado” só interessa aos dirigentes paulistas, aliás, mestres em dispararem no próprio pé.

No momento em que escrevo, Portuguesa e Ponte Preta já chegaram à primeira divisão, junto com o Náutico. Cinco outros clubes disputam a quarta vaga. Bragantino e Americana, de São Paulo, ainda têm chance.


Avaí e América Mineiro já estão na Segundona. O Duque de Caxias, clube de empresários que se desinteressaram pelo negócio, foi deixado morrer. Tem 16 pontos contra 26 de seu mais próximo adversário, o Salgueiro, também rebaixado.

Texto: José Attico

Nenhum comentário:

Postar um comentário