Visite Também

Visite também o Conexão Serrana.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Meus (poucos) dias na Prefeitura 2


Pois é. No artigo anterior procurei mostrar que a suposta corrupção na prefeitura é apenas mais uma  deprimente faceta da administração Jorge Mario. 

A incapacidade para gerir uma cidade como Teresópolis é outro dado e sua importância é tão grande quanto os atos que estão, com certeza, corroendo a credibilidade do prefeito Jorge Mario.


E que podem resultar na negativa dos governos federal  e estadual repassarem verbas que o município necessita. Mais ainda depois da tragédia de 12 de janeiro.
Como já expliquei no artigo anterior minha chegada à prefeitura já foi objeto de algumas precauções. Isso porque durante o período eleitoral correram rumores de que um consórcio de empresas havia oferecido um milhão de reais para cada uma das três campanhas:

José Carlos Faria, Mário Tricano e Jorge Mário. Minha informação é de que Faria não havia aceito porque achava que isso seria “vender a cidade”. Sobre as outras campanhas não foi possível obter informações.

Como todo mundo soube, logo depois da posse instalou-se na cidade a crise do lixo. A empresa concessionária- que aparentemente está de volta - é formada por um consórcio de empreiteiras.

Os caminhões que estavam parados no pátio onde agora funciona a Myth foram recolhidos pela empresa depois que a Câmara Municipal barrou a entrega do serviço sem a devida licitação.

A confirmação das informações obtidas ainda no período eleitoral, somadas a outros episódios, como a demissão de um dos locutores da prefeitura, motivada por um simples tropeço durante uma solenidade, e o aparecimento de uma página supostamente fraudada do Diário Oficial do Estado fizeram com que eu começasse a preparar minha saída do cargo de sub-secretário de Comunicação Social da Prefeitura.
A pressão dos amigos, que me receberam com festa logo após meu pedido de demissão, dá idéia do que foram esses meses na prefeitura.

O trabalho era até agradável, assim como o convívio com os secretários da época, mas as cobranças dos coleguinhas, alguns de jornais do Rio, eram cada vez mais duras. 

E nem sempre respostas habilidosas satisfaziam. Nesse caso você é considerado como alguém que compactua com a coisa ou é um idiota mal informado.

A administração Jorge Mario teve, no entanto, ótimos secretários (e que já deixaram a administração municipal), interessados, competentes, trabalhadores, que se fossem outros os caminhos poderiam dar uma grande contribuição para um ganho de qualidade no município.

Mas a incapacidade do gestor e as acusações de corrupção foram afastando essas pessoas. O caso que melhor tipifica essa situação aconteceu na secretaria de Serviços Públicos.

Ali o secretário Paulo Marchezini  começou a ser vítima, sem que se soubesse o porquê, de um processo de fritura. O secretário foi acusado de ser afoito demais (bem traduzido isso significa que Marchezini  trabalhava acima do ritmo desejado pela prefeitura.

Mandado para uma função decorativa em uma nova secretaria de supervisão e controle das obras públicas, o engenheiro, veterano da prefeitura e conhecedor de cada metro quadrado da cidade, foi substituído... por um professor de educação física!

Os efeitos puderam ser sentidos pela população com o passar dos dias.  A bola foi tocada pra frente sem maiores delongas e a cidade transformou-se. As ruas deixaram de ser apenas mal cuidadas – há uma falta de recursos crônica para essa finalidade – e viraram o terror dos motoristas.

Marchezini  não foi o último nem o primeiro. Antes dele haviam saído o Procurador Geral, Antônio Geraldo, e os secretários de Administração e Planejamento.


As mudanças e remanejamentos tornaram-se uma espécie de norma da administração Jorge Mario, com secretários caindo a cada semana, a maior parte demitindo-se do cargo depois que surgiram as supostas denúncias de corrupção na administração municipal.

Texto: José Attico

Nenhum comentário:

Postar um comentário