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domingo, 26 de agosto de 2012

Teresópolis: exposição de carros antigos



Modelos como o ford dos anos 20 desfilam anualmente na cidade
Com o falecimento do pai, o velho fusca 1973 ficou esquecido na garagem. Anos depois, o filho, José Augusto Guettnauer, decidiu reabilitar o carrinho, então com 62.000 quilômetros rodados. E entrou para a tribo dos colecionadores de veículos antigos. No fim de semana, entretanto, a Brasília azul, 1980, comprada anos mais tarde, é que esteve na exposição da Praça Olímpica.

No Brasil são centenas de associações e clubes do gênero, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, com milhares de veículos, importados ou fabricados aqui, cuidadosamente conservados e exibidos com orgulho por seus proprietários país afora.


Para participar de exposições é necessário que o automóvel tenha pelo menos 30 anos e 80% de originalidade. E não é tão simples assim: veículos de Teresópolis, por exemplo, têm que chegar à exposições em cidades distantes como Vitória e Belo Horizonte por suas próprias pernas (ou rodas, no caso). Nada de guincho ou carona na carroceria de caminhões.

Na premiação se leva em conta principalmente a originalidade. O acento de couro veio com o carro? O retrovisor ainda é o mesmo? E os pneus? Tudo é levado em conta, mas há espaço também para os modificados e/ou adaptados: antigos Gordinis tomam a forma de carros do futuro, rodas de liga leve dão ao velho Corcel um toque de modernidade. E por aí em diante.

É claro que, apesar do trato, a antiguidade traz alguns problemas: o colecionador Guettnauer estava a caminho de Juiz de Fora, quando o cabo de acelerador da Brasília simplesmente se rompeu. Achar um substituto, 30,40 anos depois não é fácil e os colecionadores sabem disso. Mas não é o pior dos mundos.

Muitas lojas de autopeças, surpreendentemente para nós simples mortais, ainda mantêm no estoque, cabos de acelerador, carburadores, omocinéticas, caixas de embreagem, rodas, capôs, espelhos retrovisores e uma infinidade de componentes que fazem os idosos voltarem sem problemas para a estrada. Em último caso pode-se recorrer aos ferros-velhos. Ou aos vendedores que acampam junto às exposições.

Os expositores de carros antigos são uma tribo. Fora o orgulho de exibir seus carros, há o prazer de encontrar os amigos, dizem. Mas entre esses cinqüentões, sessentões e até setentões, que ganham as estradas dirigindo automóveis montados desde o início do século 20 é fácil observar que a exposição também é um templo de nostalgia.

Afinal, diz um deles, os carros que levamos para as exposições “fazem parte dos melhores anos de nossas vidas. Quando éramos jovens (ou quase) e pilotávamos lendas como o Dodge Dart, os DKWs com motor de dois tempos, os primeiros Corcéis II, Fiats 147, Galaxies e fuscas, os carros que marcaram o início da industrialização do Brasil”.

Os anos se passaram, mas a paixão e a nostalgia continuam. A exposição de Teresópolis vai se reproduzir em São Gonçalo, depois talvez no Rio ou em outra cidade, onde os bons e velhos tempos estarão sempre de volta.


Reportagem: José Attico

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